Sinhá Moça (1986) Resumo | Personagens | Trilha Sonora

Confira o resumo da novela Sinhá Moça (1986) desde o primeiro capítulo. Além do resumo você terá informações sobre a história, personagens e trilha sonora. Fique por dentro das novidades das novelas, aqui você encontra o resumo completo de Sinhá Moça (1986) e de todas as novelas da Globo.

Sobre a Novela Sinhá Moça (1986)

◘ Período de exibição: 28/04/1986 – 15/11/1986
◘ Horário: 18h
◘ Nº de capítulos: 168
◘ Autoria: Benedito Ruy Barbosa
◘ Colaboração: Edmara Barbosa
◘ Direção: Reynaldo Boury e Jayme Monjardim
◘ Direção executiva: Nilton Travesso
◘ Supervisão: Daniel Filho

A novela é inspirada no romance Sinhá-Moça, de Maria Dezonne Pacheco Fernandes, e se passa em 1886, em Araruna, pequena cidade do interior paulista, dois anos antes da promulgação da Lei Áurea. O cenário político da época é protagonizado por monarquistas de um lado e republicanos de outro.

A trama conta a história de Sinhá Moça (Lucélia Santos), filha do poderoso Coronel Ferreira (Rubens de Falco), o escravocrata Barão de Araruna, e de Cândida (Elaine Cristina). Sonhadora e romântica, Sinhá Moça se apaixona por Rodolfo (Marcos Paulo), um ativo republicano abolicionista. Ela conhece o rapaz no trem, quando viaja de volta a Araruna depois de terminar seus estudos na capital da província.

Assim como Rodolfo, Sinhá Moça tem ideias abolicionistas e faz críticas às atitudes do pai, lutando em defesa dos negros. Junto com Rodolfo e outros jovens abolicionistas, ela luta pela libertação dos escravos. Durante a madrugada, Rodolfo, sob a identidade de Irmão do Quilombo, invade as senzalas e liberta os negros, entregando-os às associações abolicionistas, que os orientam. Nem mesmo Sinhá Moça sabe do disfarce de Rodolfo. Somente no capítulo 66 ele revela a ela seu segredo.

A mãe de Sinhá Moça reconhece e aceita as ideias abolicionistas da filha e seu amor por Rodolfo. Fina e recatada, Cândida é submissa ao marido, mas enfrenta as decisões do autoritário Barão, atuando como intermediadora entre ele e a filha.

Outra personagem importante na vida de Sinhá Moça é Bá (Chica Xavier), por quem Cândida também tem respeito e carinho. Bá teve uma criança que lhe foi tirada dos braços pelo Barão para ser vendida num lote de escravos. Levada para trabalhar na Casa Grande, amamentou Sinhá Moça e apegou-se à menina como se esta fosse sua filha. Em nome desse amor, resolveu esquecer a crueldade cometida pelo patrão. Bá tem a esperança de reencontrar o menino, fruto de seu único e verdadeiro amor, Pai José (Milton Gonçalves), um homem que lutou pela libertação dos escravos mas acabou morrendo no tronco depois de muito apanhar.

A família de Rodolfo é formada pelo pai, Fontes (Mauro Mendonça), a mãe, Inez (Neuza Amaral), e o irmão, Ricardo (Daniel Dantas). Fontes é advogado. Mudou-se para Araruna após terminar a faculdade, para crescer na profissão e enriquecer.

Inteligente e sensível, é abolicionista, mas prefere não enfrentar o Barão. Inês, por sua vez, é uma típica dona de casa da época, dedicada ao marido e ao filho. O irmão de Rodolfo, Ricardo, é um jovem tímido e generoso, que nunca teve interesse em estudar, preferindo ficar na fazenda do pai. Sua paixão é a natureza. No decorrer da história, Ricardo se envolve com Ana do Véu (Patrícia Pillar), moça prometida a seu irmão.

A trama de Sinhá Moça se desenrola ao longo de um período de dois anos e termina no dia da Abolição, 13 de maio de 1888.

Resumo de Todos os Capítulos da Novela Sinhá Moça (1986)

* Resumo ainda não divulgado.
** Para saber mais sobre os capítulos clique em: Novela Sinhá Moça (2006)

Monarquistas e republicanos se defrontam em Araruna, pequena cidade fictícia do interior paulista, em 1886, dois anos antes da promulgação da Lei Áurea. A história de amor de Sinhá Moça, filha do coronel Ferreira, o Barão de Araruna, ferrenho escravocrata, e da submissa Cândida, com o jovem dr. Rodolfo Garcia Fontes, um ativo abolicionista republicano, ante as dificuldades da campanha para a abolição da escravatura.

Os dois se conhecem no trem, quando Sinhá Moça, depois de terminar seus estudos na cidade de São Paulo, retorna a Araruna. Assim como Rodolfo, ela tem ideias abolicionistas e critica as atitudes do pai, lutando em defesa dos negros. Sinhá Moça, junto com Rodolfo e outros abolicionistas, invade senzalas à noite, libertando os negros e entregando-os a associações abolicionistas, que os orientam rumo à liberdade.

Do outro lado da história está Dimas (que na verdade é o menino Rafael, ex-escravo alforriado) e sua obstinada luta para destruir o Barão, seu verdadeiro pai com a escrava da fazenda Maria Dolores. Antes de ser vendido pelo Barão, Rafael foi grande amigo de Sinhá Moça, com quem passou a infância. Depois de alforriado, adota o nome de Dimas e se torna o braço direito do tipógrafo Augusto, um abolicionista convicto, despertando o amor em Juliana, neta deste.

Sinhá Moça marcou a estreia da atriz Luciana Braga em telenovelas na Rede Globo.

Antes da estreia, 50 países já estavam interessados em comprar a telenovela, atraídos pelo tema e pela atriz Lucélia Santos que, ao lado de Rubens de Falco, fizera sucesso anteriormente com Escrava Isaura (1976). Em 2001, Sinhá Moça já havia sido exibida em 63 países, entre eles Austrália, China, Dinamarca, Estados Unidos, Grécia, Holanda, Itália, Nicarágua, Rússia, Suécia, Turquia, Venezuela e Vietnã. Na Bélgica, na Espanha, na Itália e na Suíça, foi exibida três vezes, e na França, quatro.

A atriz Ruth de Souza, que já havia trabalhado em uma versão de Sinhá Moça para o cinema – produção da Vera Cruz, dirigida por Tom Payne, lançada em 1953 –, conta que estava ansiosa para ser escalada para a novela. Até que Benedito Ruy Barbosa a convidou para viver a velhinha Nhá Balbina, que contracenava com o personagem de Grande Otelo (Justo), ambos gagás.

Com a personagem Sinhá Moça, Lucélia Santos viveu pela primeira vez uma heroína romântica forte e determinada.

Benedito Ruy Barbosa foi chamado para escrever uma novela às pressas. A ideia de adaptar o livro de Maria Dezzone Pacheco Fernandes surgiu durante uma reunião para discutir que trama poderia ser produzida. Segundo o autor, ele usou o romance original apenas como inspiração para criar a novela, já que discordava de alguns pontos.

Após o término de Sinhá Moça, a TV Globo exibiu às 18h um compacto da novela Locomotivas (1977), anteriormente exibida no horário das 19h. A novela seguinte, Direito de Amar, de Walther Negrão, estreou em fevereiro, três meses após o fim de Sinhá Moça.

Sinhá Moça foi reapresentada entre 15/03/1993 e 02/07/1993, em Vale a Pena ver de Novo.

Em 2006, Sinhá Moça ganhou um remake, com atualização de Edmara e Edilene Barbosa, filhas de Benedito Ruy Barbosa, e direção de Ricardo Waddington. A nova versão foi protagonizada por Débora Falabella e Danton Mello. Osmar Prado e Patrícia Pillar deram vida ao Barão de Araruna e Cândida, e Reginaldo Faria e Lu Grimaldi, aos personagens Fontes e Inez.

O ator Milton Gonçalves viveu na segunda versão da novela o mesmo personagem, Pai José, que interpretara na trama exibida em 1986.

Paixão arrebatadora
Filha do comerciante Manoel (José Augusto Branco) e da religiosa Nina (Norma Blum), Ana do Véu (Patrícia Pillar) vive com o rosto coberto devido a uma promessa da mãe. Os pais de Rodolfo (Marcos Paulo) se comprometeram a casar o filho com a jovem, mas ele retorna a Araruna apaixonado por Sinhá Moça (Lucélia Santos), e não leva adiante o compromisso. Ricardo (Daniel Dantas), irmão de Rodolfo, vai consolar a moça e se apaixona por ela, sem nunca ter visto seu rosto.

Sangue escravo
Outra trama importante na novela é a de Rafael (Raymundo de Souza), escravo alforriado que luta para destruir o Barão de Araruna. Rafael é filho dele com a escrava Maria das Dores (Dhu Moraes). Antes de ser vendido pelo Barão, conviveu com Sinhá Moça na infância, tornando-se seu amigo. Depois de alforriado, Rafael adota o nome de Dimas e volta a Araruna disposto a se vingar. Ele se torna o braço direito do jornalista Augusto (Luiz Carlos Arutin), um abolicionista convicto. Augusto se divide entre seus ideais e sua neta Juliana (Luciana Braga), de quem cuida desde menina. Bonita, inteligente e cheia de vida, Juliana é uma moça recatada que acaba se apaixonando por Dimas. Juntos, lutam pelos ideais abolicionistas. No final da novela, depois da alegria pela promulgação da Lei Áurea, a felicidade de Juliana e Dimas fica ainda maior com a notícia da gravidez dela.

Contra todos os preconceitos
O amor de José Coutinho (Tato Gabus Mendes) e Adelaide (Solange Couto) foi outro romance da história que também conquistou o público. Ele é filho do ambicioso fazendeiro Coutinho (Ivan Mesquita). Ela, escrava, é levada por Sinhá Moça (Lucélia Santos) para viver na casa grande, transformada em sua dama de companhia. Amigo de Rodolfo (Marcos Paulo), José Coutinho estudou na capital e voltou a Araruna com ideias abolicionistas. Junto com Mário (Tarcísio Filho), Nino (Nizo Netto), Vila (Renato Prieto) e Renato (Denis Derkian), integra uma associação clandestina que compra escravos para alforriá-los, além de ajudar nas fugas das senzalas. Seu pai quer que ele se case com Sinhá Moça, interessado na fortuna do Barão de Araruna. Ele, no entanto, se apaixona perdidamente pela bela Adelaide quando a conhece na casa de Sinhá Moça, e passa a se encontrar às escondidas com ela. Ao saber do romance dos dois, Coutinho, enfurecido, expulsa o filho de casa. José Coutinho, no entanto, não desiste de seu grande amor e consegue que Frei José (Sérgio Viotti) realize seu casamento com Adelaide. Ela ainda é assediada pelo escravo Justino (Antônio Pompeu) que, em determinado momento da trama, chega a atrapalhar seu casamento. Mas, no final da novela, José Coutinho e Adelaide se entendem e terminam juntos e felizes.

Elenco
Alciro Cunha – Nogueira
Aldo Bueno – Pedro
Antônio Pompêo – Justino
Athayde Arcoverde – Robusto
Augusto Olímpio – sacristão Bobó
Canarinho
Chica Xavier – Virgínia
Cláudio Corrêa e Castro – Dr. Amorim
Cláudio Mamberti – delegado Antero
Cosme dos Santos – Bastião
Daisy Nascimento
Daniel Dantas – Ricardo Fontes
Dênis Derkian – Renato
Dhu Moraes – Maria das Dores
Elaine Cristina – Cândida
Fernando de Almeida
Fernando José – Martinho
Germano Filho – Everaldo
Gésio Amadeu – Fulgêncio
Grande Otelo – Justo
Henrique Pagnoncellis – Eduardo
Ibañez Filho – fazendeiro
Ivan Mesquita – Coutinho
Jacyra Sampaio – Ruth
Joel Silva – Tobias
Jorge de Jesus – escravo
José Augusto Branco – Manoel
José Prata – Bentinho
Lizandra Souto – Sinhá Moça (menina)
Lucélia Santos – Sinhá Moça
Luciana Braga – Juliana
Luiz Carlos Arutin – Augusto
Marcos Paulo – Rodolfo
Mauro Mendonça – Dr. Fontes
Milton Gonçalves – Pai José
Nelson Soares Gomes – escravo
Neuza Amaral – Inês
Newton Martins – Viriato
Nizo Neto – Lino
Norma Blum – Nina Teixeira
Patrícia Pillar – Ana do Véu
Paulão
Raymundo de Souza – Rafael/ Dimas
Renato Prieto – Vila
Rubens de Falco – Cel. Ferreira
Ruth de Souza – Nhá Balbina
Selton Mello – Rafael (menino)
Sérgio Viotti – Frei José
Solange Couto – Adelaide
Tarcísio Filho – Mário
Tato Gabus Mendes – José
Thiago Justino – escravo
Tony Tornado – Capitão do Mato
Walter Santos – Feitor Bruno
Zeni Pereira

Elenco / Personagens

CORONEL FERREIRA/BARÃO DE ARARUNA (Rubens de Falco) Homem de caráter forte e dominador sem, contudo, ser insensível. Seu pai foi o desbravador e colonizador da região que está sob seu domínio agora. Extremamente inflexível com os escravos, defensor intransigente do regime escravagista, é o último a aceitar a ideia da Abolição. É casado com Cândida (Elaine Cristina) e dela teve uma única filha, Sinhá Moça (Lucélia Santos). Ama, a seu modo, a mulher e a filha, assim como a seus semelhantes, inclusive a negra Bá (Chica Xavier). Mas fecha o coração ao sofrimento dos escravos, porque assim aprendeu com o pai. De moral rígida, procura apagar da memória, de todas as formas, um momento de fraqueza em sua juventude quando se envolveu com a mulata Maria das Dores (Dhu Moraes).

CÂNDIDA (Elaine Cristina) Mulher do Barão e mãe amorosa de Sinhá Moça (Lucélia Santos). Fina, recatada, suave e submissa ao marido. Atua como um para-raios entre a filha e o marido, mas tem muita força para afrontar as decisões do Barão. Reconhece e aceita as ideias abolicionistas da filha. Tem por Bá (Chica Xavier) um respeito muito grande, por reconhecer que deve a ela a vida da própria filha.

SINHÁ MOÇA (Lucélia Santos) Filha do Barão (Rubens de Falco) e de dona Cândida (Elaine Cristina). Nasceu e cresceu entre os mimos de Virgínia, a Bá (Chica Xavier), e a doçura da mãe. Graciosa e gentil, mas com uma força interior que impressiona as pessoas. Foi criada com Rafael (Selton Mello) dentro da casa grande, e brincou muito com ele na fazenda antes que ele fosse vendido pelo Barão, junto com sua mãe Maria das Dores (Dhu Moraes). Foi amamentada generosamente por Bá e, talvez por isso mesmo, ainda que inconscientemente, sempre revelou profundo amor pelos negros da fazenda, como se todos fossem seus irmãos. Estudou na capital da província, desenvolveu sua personalidade e volta quase adulta para casa. Seus atos causam espanto, principalmente suas ideias abolicionistas. Conhece Rodolfo (Marcos Paulo) no trem, quando está retornando fazenda, e ele se transforma em seu primeiro e verdadeiro amor.

VIRGÍNIA, A BÁ (Chica Xavier) Mulher bondosa, sensível, afável, meiga e respeitosa. De à luz um único filho, e este lhe foi irado dos braços ainda bebê, vendido pelo Barão (Rubens de Falco), num lote de escravos. Levada para a casa grande, salvou a vida da recém-nascida Sinhá Moça, dando-lhe o leite farto de seus peitos. Apegou-se a menina como se ela fosse sua própria filha. Em nome desse amor esqueceu possíveis ressentimentos pelo patrão. Mas ainda mantém acesa a esperança de vir a reencontrar o filho de seu único e velado amor, Pai José (Milton Gonçalves).

BASTIÃO (Cosme dos Santos) Escravo esperto, vivo e traiçoeiro. Comprado pelo Barão (Rubens de Falco), chegou à fazenda para servir dentro de casa, o que o faz muito importante. Tem especial birra da negra Bá (Chica Xavier), com quem jamais se entende; e, sempre que possível, perturba seu sossego. Vira cúmplice de Sinhá Moça (Lucélia Santos), tornando-se o elo de ligação entre ela e a senzala.

FEITOR BRUNO (Walter Santos) Homem rude, acostumado a lidar com negros e que desenvolveu extrema crueldade nesse trato. Foi ele quem açoitou Pai José (Milton Gonçalves) até a morte. É quem mantém os escravos disciplinados, debaixo de chicote. Na verdade, apenas cumpre ordens e até “adivinha” aquelas que o Barão (Rubens de Falco) hesita em dar.

JUSTINO (Antonio Pompeo) Escravo que lidera a senzala da Fazenda Araruna. Alimenta o sonho da fuga, e nem mesmo os fracassos o fazem mudar de ideia. Não aceita a morte de seu pai, Pai José (Milton Gonçalves), no tronco e não esconde um sentimento de vingança. Odeia profundamente, mas em silêncio, todo e qualquer branco. É um exímio capoeirista, mas ninguém sabe dessa habilidade. Não se dobra nunca, mantém uma altivez permanente, mesmo nas situações extremas.

FULGÊNCIO (Gésio Amadeu) Irmão de Justino (Antonio Pomeu), mas filho de outra mãe. Tem caráter mais dócil, embora comungue dos mesmos ideais. Também altivo, acaba cego ao ser atacado pelo Barão (Rubens de Falco) depois que o enfrenta. Os cuidados de Sinhá Moça (Lucélia Santos) e sua bondade fazem abrandar a revolta.

ADELAIDE (Solange Couto) Bela mulata, triste e revoltada enquanto vive na senzala. Cobiçada por muitos brancos, jamais se entregou a nenhum deles. Ama Justino (Antonio Pompeu) com paixão, mas se nega também a ele, porque está decidida a não gerar filhos escravos. Não entende que a Lei do Ventre Livre já garante a liberdade das crianças. É levada por Sinhá Moça (Lucélia Santos) para viver na casa grande, transformando-se em sua dama de companhia.

BENTINHO (Pratinha) Filho da senzala. Não se conforma por ter nascido um dia antes da promulgação da Lei do Ventre Livre. É escravo por causa de apenas um dia. Tem inveja de Bastião (Cosme dos Santos), que vive na casa grande, enquanto ele sofre no eito. Muito esperto, inteligente, matreiro e safado.

PEDRO (Aldo Bueno) Escravo da senzala. Tenta fugir junto com Tobias (Joel Silva), Fulgêncio (Gésio Amadeu) e Justino (Antonio Pompeu). Recapturado, vive na fazenda até o momento da libertação.

TOBIAS (Joel Silva) Escravo da senzala. Tenta fugir, mas é recapturado, vivendo na fazenda até a libertação.

HONÓRIO (Antônio Francisco) Um dos auxiliares do feitor Bruno (Walter Santos) no trabalho de manter os escravos na disciplina. Sente grande atração por Adelaide (Solange Couto), e é sempre uma ameaça para ela. Homem treinado para lidar com escravos, não discute jamais o lado humano da questão.

DOUTOR FONTES (Mauro Mendonça) Advogado que, ao formar-se, foi para Araruna tentar carreira e fortuna. Casou-se com Inez (Neuza Amaral) muito jovem. Foi amigo do pai do Barão (Rubens de Falco), a quem serviu como defensor em muitas causas. Goza, por isso, da total confiança e amizade do filho. Prosperou honestamente, pois é um homem de princípios rígidos. Inteligente e sensível, só poderia ser um abolicionista; mas o seu bom senso manda que ele não enfrente o Barão. Marido exemplar, pai de Rodolfo (Marcos Paulo) e Ricardo (Daniel Dantas), colocou a família acima dos seus próprios ideais, e arrepende-se um pouco disso. Vê com bons olhos a ação do filho Rodolfo e até o ajuda veladamente.

INEZ FONTES (Neuza Amaral) Mulher do Doutor Fontes (Mauro Mendonça), mãe de Rodolfo (Marcos Paulo) e Ricardo (Daniel Dantas).  É uma típica dona de casa da época, esteio do marido e dos filhos nas horas precisas, mas que às vezes fala tudo o que lhe vem à cabeça. Sabe que o marido abdicou de seus grandes sonhos em favor da família, e tem por ele grande amor e respeito.

RODOLFO (Marcos Paulo) Filho de Fontes (Mauro Mendonça) e Inez (Neuza Amaral), irmão de Ricardo (Daniel Dantas). Herdou do pai o talento jurídico e o espírito aventureiro. Da mãe, uma certa matreirice, que o leva a misturar o bom senso com seus próprios interesses. No início da história assume atitudes dúbias para conseguir o que quer: o amor de Sinhá Moça (Lucélia Santos). Mas, na verdade, não quer abrir mão dos seus princípios como o pai, muito menos perder o amor de sua vida. É o mais ativo abolicionista. Quando volta para a cidade, conhece Sinhá Moça durante a viagem de trem e fica imediatamente impressionado com ela. Amor à primeira vista, levado às últimas consequências.

RICARDO (Daniel Dantas) – Filho de Fontes (Mauro Mendonça) e Inez (Neuza Amaral), irmão de Rodolfo (Marcos Paulo). Generoso e tímido, amante da natureza e dos animais, dos quais vive cuidando. Este é seu modo de vida. Nunca se sentiu muito atraído pelos estudos. Abriu mão de seus direitos para que o irmão, mais dedicado, pudesse chegar até onde chegou. Quando vai consolar Ana do Véu (Patrícia Pillar), desprezada pelo irmão, apaixona-se por ela sem jamais ter visto seu rosto.

RUTH (Jacira Sampaio) Escrava comprada pelos Fontes e imediatamente alforriada. Serve na casa como empregada doméstica remunerada. Tem especial carinho por Ricardo (Daniel Dantas). É de extrema confiança.

JUSTO (Grande Otelo) Escravo também comprado pelos Fontes e em seguida alforriado. Andou por quase todas as senzalas da região, menos na da Fazenda Araruna, e sempre foi revendido depressa porque nunca foi de carregar pedra. Matreiro, maneiroso, fugia do trabalho como o diabo foge da cruz. Com a volta de Rodolfo (Marcos Paulo), sua vida ganha um novo sentido. Começa a participar da luta pela libertação de seus ex-companheiros de senzala.

MANOEL TEIXEIRA (José Augusto Branco) Comerciante próspero, bem posto e acomodado na vida. Casado com Nina (Norma Blum), teve com ela uma única filha, Ana (Patrícia Pillar). Homem violento, no passado fez fama na região. Livrou-se da prisão graças ao talento do advogado Fontes (Mauro Mendonça). Nunca se esqueceu da ajuda e foi tão longe nessa gratidão que ofereceu-lhe a filha para casamento com o filho dele, Rodolfo (Marcos Paulo), quando ainda eram crianças. Mesmo com a amizade que o liga a Fontes, não ousa contrariar uma ordem do Barão de Araruna (Rubens de Falco), esteio de seus negócios.

NINA TEIXEIRA (Norma Blum) – Casada com Manoel Teixeira (José Augusto Branco), mãe de Ana (Patrícia Pillar). É muito grata ao advogado e, por isso, fez uma promessa a Santa Rita envolvendo o destino da filha. Extremamente religiosa, não permite que a filha quebre a promessa, temendo as represálias da santa.

ANA DO VÉU (Patrícia Pillar) Filha de Manoel (Mauro Mendonça) e Nina (Norma Blum), vive com o rosto coberto por um véu, resultado de uma promessa de sua mãe. É motivo de chacota e comentários na cidade, principalmente a volta de Rodolfo (Marcos Paulo), que não leva adiante o compromisso assumido por seus pais. Envolve-se com Ricardo (Daniel Dantas), o irmão de Rodolfo, que vai consolá-la e acaba se apaixonando por ela, sem nunca ter visto seu rosto.

AUGUSTO (Luiz Carlos Arutin) Tipógrafo e jornalista da cidade. Abolicionista convicto, é em sua tipografia que são feitas as primeiras reuniões para libertar os escravos. Vive sob o jugo do Barão de Araruna (Rubens de Falco), e sabe o que isso representa. Figura querida e respeitada por todos, é avô de Juliana (Luciana Braga), a quem criou desde muito pequena. Divide-se entre seus ideais e a neta. Recolhe Dimas (Raymundo de Souza) em sua casa, quando ele chega à cidade. Como jornalista, é uma cabeça pensante da cidade.

JULIANA (Luciana Braga) Neta de Augusto (Luiz Carlos Arutin). Bela, faceira, inteligente, viva e recatada. Assemelha-se muito ao avô no modo de pensar. Tem veneração por ele e jamais o magoaria por vontade própria. Com a chegada de Dimas (Raymundo de Souza) sua vida muda, pois apaixona-se perdidamente pelo rapaz. Compartilha dos ideais abolicionistas do avô, tendo participação em alguns momentos do processo.

DIMAS (Raymundo de Souza) É o menino Rafael, vendido ainda criança pelo Barão de Araruna (Rubens de Falco). Ex-escravo, alforriado, mudou de nome, e voltou à cidade com o coração cheio de ódio, querendo vingança. Seu objetivo maior é o Barão. Transforma-se no braço direito de Augusto (Luiz Carlos Arutin) e entra na luta pela derrubada daquele último reduto escravagista. Apaixona-se por Juliana (Luciana Braga), e é correspondido nesse amor. Na infância foi grande amigo de Sinhá Moça (Lucélia Santos), que não conhece o passado do rapaz.

FREI JOSÉ (Sergio Viotti) É o pároco da comunidade. Figura muito popular e querida. Vive bem com os fazendeiros escravagistas e abolicionistas porque toma dinheiro de todos eles para a sua igreja. Não toma partido abertamente, mas quando se vê envolvido pelos atos, sai à luta para libertar os negros.

SACRISTÃO BOBÓ (Augusto Olímpio) Figura folclórica da cidade. Ajuda o padre nas missas mas, nas horas vagas, ajuda também Manoel (José Augusto Branco) no armazém, porque o dinheiro que ganha na igreja é pouco. Simplório e sincero, engraçado e leal por natureza, tem papel importante na libertação de escravos fugidos.

DELEGADO ANTERO (Claudio Mamberti) Delegado escravagista, a serviço dos senhores de escravos da região e, em particular, do Barão de Araruna (Rubens de Falco). Prepotente com os fracos, subserviente diante dos poderosos, defende seu cargo a todo custo, porque sabe o quanto já lhe custou até ali.

CAPITÃO DO MATO (Tony Tornado) Um cão perdigueiro, cuja vida foi dedicada à perseguição de escravos fujões. Orgulha-se de ser o melhor, porque jamais um negro escapou-lhe ao faro. Já matou muitos, quando reagiram, mas isso não lhe traz remorsos. É o seu trabalho, o seu destino.

NOGUEIRA (Alciro Cunha) Fazendeiro adepto do abolicionismo, mas, assim como os amigos Everaldo (Germano Filho) e Coutinho (Yvan Mesquita), só chega a agir nos últimos momentos, pois vive sob a influência política e econômica do Barão (Rubens de Falco).

EVERALDO (Germano Filho) Fazendeiro adepto do abolicionismo, mas, assim como o amigo Nogueira (Alciro Cunha) e Coutinho (Yvan Mesquita), deixa a ação para os últimos momentos. Vive sob a influência política e econômica do Barão (Rubens de Falco).

COUTINHO (Yvan Mesquita) É o pior dos fazendeiros abolicionistas. Alertado pelo filho, sente a Abolição chegando e, adiantando-se a ela, alforria os escravos de sua fazenda. Acaba com a escravidão propriamente dita em seus domínios, mas cria outra: a econômica. Explora os ex-escravos, pagando uma miséria a eles pelo trabalho.

MARTINHO (Fernando José) Fazendeiro escravagista por convicção, como o Barão (Rubens de Falco). Assim como os amigos Tiburcio (Claudio MacDowell) e Viriato (Newton Martins), teme pela falta de mão de obra em suas lavouras. É fiel ao Barão, pois ele é o baluarte da resistência na região.

TIBURCIO (Claudio MacDowell) – Fazendeiro escravagista por convicção. Teme pela falta de mão de obra em suas lavouras e é fiel ao Barão de Araruna (Rubens de Falco), pois ele é o baluarte da resistência na região.

VIRIATO (Newton Martins) Fazendeiro escravagista por convicção. Teme pela falta de mão de obra em suas lavouras. É fiel ao Barão de Araruna, o baluarte da resistência na região.

MÁRIO (Tarcísio Filho) Filho de fazendeiro, rapaz que estuda na capital da província e, quando vai de férias para casa, traz ideias abolicionistas. Com os amigos Nino (Nizo Neto), Vila (Renato Prieto), José (Tato Gabus) e Renato (Denis Derkian), forma uma associação clandestina que compra escravos para alforriá-los, além de ajudar nas fugas dos escravos das senzalas.

NINO (Nizo Neto) Filho de fazendeiro, estuda na capital da província e, de férias em casa, traz ideias abolicionistas. Com os amigos Mário (Tarcísio Filho),Vila (Renato Prieto), José (Tato Gabus) e Renato (Denis Derkian), integrante da associação clandestina que compra escravos para alforriá-los. Também ajuda nas fugas dos escravos das senzalas.

VILA (Renato Prieto) Filho de fazendeiro, outro estudante com ideias abolicionistas. Com os amigos Mário (Tarcísio Filho),Nino (Nizo Neto), José (Tato Gabus) e Renato (Denis Derkian), forma a associação clandestina que compra escravos para alforriá-los.

JOSÉ MENDES (Tato Gabus Mendes) Filho do fazendeiro Coutinho (Ivan Mesquita), estuda na capital da província e, quando vai de férias para casa, traz ideias abolicionistas. Com os amigos Mário (Tarcísio Filho),Nino (Nizo Neto), Vila (Renato Prieto) e Renato (Denis Derkian), forma uma associação clandestina que alforria escravos e auxilia ex-escravos. Apaixona-se pela escrava Adelaide (Solange Couto) e enfrenta o pai para ficar com ela.

RENATO (Denis Derkian) Filho de fazendeiro, estudante da capital da província que, quando vai de férias para casa, leva ideias abolicionistas. Com os amigos Mário (Tarcísio Filho), Nino (Nizo Neto), Vila (Renato Prieto) e José (Tato Gabus), forma a associação clandestina que compra escravos para alforriá-los. Também ajuda nas fugas dos escravos das senzalas.

PAI JOSÉ (Milton Gonçalves) Homem altivo, forte. Era o negro reprodutor da Fazenda Araruna, com tantos filhos, netos e bisnetos que perdeu a conta. Considerado rei em sua pátria de origem, sempre se mostrou irreverente e audaz para um escravo. Começou a sonhar com a liberdade para os seus, mas acaba morrendo no tronco. É bisavô de Dimas (Raymundo de Souza) o menino Rafael , avô de Maria das Dores (Dhu Moraes) e pai de Justino (Antonio Pompeu) e Fulgêncio (Gésio Amadeu), os últimos filhos da sua enorme linhagem. Participação especial no primeiro capítulo.

MARIA DAS DORES (Dhu Moraes) Bela mulata, produto de um primeiro cruzamento do branco com o negro. Mãe do menino Rafael (Selton Mello), é vendida, junto com o filho, para um mercador de escravos que a leva para longe de Araruna. Teve no passado um envolvimento com o Barão (Rubens de Falco), que resultou no nascimento de uma criança, sem que o senhor de Araruna tenha tido conhecimento do acontecido.

SINHANINHA (Lizandra Souto) – Sinhá Moça (Lucélia Santos) quando criança.

RAFAEL (Selton Mello) Dimas (Raymundo de Souza) menino. Mestiço, filho do coronel Ferreira, Barão de Araruna (Rubens de Falco), com a mulata Maria das Dores (Dhu Moraes). Menino altivo e vivo, muito amigo de Sinhaninha (Lizandra Souto), é vendido para um mercador de escravos.

MERCADOR DE ESCRAVOS (Aldo Cesar) – Comprador de Maria das Dores (Dhu Moraes) e de seu filho Rafael (Selton Mello), que os leva para a capital da província, bem distante de Araruna.

Trilha Sonora Nacional e Internacional

Sinhaninha – Tema de Sinhá Moça
Compositores: Guinga/ Paulo Cesar Pinheiro
Intérprete: Ronnie Von

Zumbi, A Felicidade Guerreira – Tema dos escravos
Compositores: Gilberto Gil/ Waly Salomão
Intérprete: Gilberto Gil

Ai Quem me Dera – Tema de Ana
Compositores: Vinicius de Moraes
Intérprete: Clara Nunes

Minha Aldeia – Tema de Rafael
Compositores: Sérgio Souto/ Amaral Maia
Intérprete: Sérgio Souto

Papo de Passarim – Tema de Mário
Compositores: Zé Renato/ Xico Chaves
Intérprete: Cláudio Nucci e Zé Renato

Depois da Primeira Vez – Tema de Juliana
Compositores: Toninho Negreiro/ Almir Gilberto
Intérprete: Toninho Negreiro

Pra Não Mais Voltar – Tema de abertura
Compositores: Maysa
Intérprete: Fafá de Belém

Ginga Angola – Tema geral
Compositores: Nei Lopes
Intérprete: Roberto Ribeiro

Oração nos Matagais – Tema de Sinhá Moça e Rodolfo
Compositores: Altay Velloso
Intérprete: Altay Velloso

Companheiros – Tema de Rodolfo
Compositores: Denise Emmer
Intérprete: Denise Emmer

Na Ribeira Deste Rio – Tema do Barão de Araruna
Compositores: Dori Caymmi/ Fernando Pessoa
Intérprete: Dori Caymmi

Amor de Papel – Tema de Adelaide
Compositores: Zé Rocha/ Vicente Barreto
Intérprete: Vicente Barreto

Camará – Tema de Justino
Compositores: Walter Queiroz
Intérprete: Walter Queiroz

Aventureiro – Tema de Ricardo
Compositores: Antônio Carlos/ Jocafi/ Julio Cesar
Intérprete: Antônio Carlos e Jocafi