Saramandaia (1976) Resumo | Personagens | Trilha Sonora

Confira o resumo da novela Saramandaia (1976) desde o primeiro capítulo. Além do resumo você terá informações sobre a história, personagens e trilha sonora. Fique por dentro das novidades das novelas, aqui você encontra o resumo completo de Saramandaia (1976) e de todas as novelas da Globo.

Sobre a Novela Saramandaia (1976)

◘ Período de exibição: 03/05/1976 – 30/12/1976
◘ Horário: 22h
◘ Nº de capítulos: 160
◘ Autoria: Dias Gomes
◘ Direção: Walter Avancini, Roberto Talma e Gonzaga Blota

Os habitantes do fictício vilarejo de Bole-Bole estão mobilizados em torno de um plebiscito para a troca do nome da cidade para Saramandaia. Duas facções promovem uma intensa campanha. O coronel Zico Rosado (Castro Gonzaga) lidera os “tradicionalistas”, usando justificativas históricas para a conservação do nome original. Os “mudancistas”, liderados pelo coronel Tenório Tavares (Sebastião Vasconcelos), têm o apoio do vereador João Gibão (Juca de Oliveira), autor do projeto: eles alegam vergonha do nome Bole-Bole, relacionado a um episódio ocorrido com D. Pedro II na cidade.

Inspirado no realismo fantástico, Dias Gomes apresentou um painel de personagens exóticos para, por meio da ficção, abordar questões políticas, culturais e socioeconômicas, transformando a cidade fictícia da novela em um microcosmo do Brasil. O coronel Zico Rosado põe formigas pelo nariz; Dona Redonda (Wilza Carla) explode de tanto comer; a sensual Marcina (Sônia Braga) provoca queimaduras com o calor do corpo; o professor Aristóbulo Camargo (Ary Fontoura) se transforma em lobisomem nas noites de quinta-feira. Além disso, sob a aparente corcunda, o pacato João Gibão esconde um par de asas.

No primeiro capítulo da novela, durante uma discussão sobre a mudança do nome da cidade, Seu Cazuza (Rafael de Carvalho) fica tão vermelho que o coração vai parar na boca. Ele consegue engoli-lo de volta, mas é dado como morto – o povo acha que ele não engoliu direito. Como era contra a substituição do nome Bole-Bole, os tradicionalistas logo passam a considerá-lo como o primeiro mártir de sua causa, dizendo que ele morreu de “indignação cardíaca”. O defunto, porém, volta à vida durante seu cortejo fúnebre.

Interesses políticos e econômicos estão por trás da discussão sobre a mudança do nome da cidade. O coronel Tenório Tavares defende a troca, pois pretende lançar no mercado a cachaça Saramandaia, nome que fez questão de registrar antes mesmo da realização do plebiscito. A bebida será concorrente da cachaça Bole-Bole, produzida por seu inimigo, Zico Rosado, defensor ferrenho da manutenção do nome da cidade. A briga, extensiva aos partidários de um e outro, reflete a disputa política entre os dois coronéis, que agem através de meios lícitos e ilícitos para se manter no poder.

No capítulo 13, são apurados os votos do plebiscito, que dá vitória ao nome Saramandaia, em uma disputa apertada. Os tradicionalistas tentam impedir a mudança, e pedem ao professor Aristóbulo para entrar com um mandado de segurança para anular o plebiscito mas, alguns meses depois, o resultado é homologado. Como vários acontecimentos trágicos se sucedem – a explosão de Dona Redonda, uma seca interminável e a morte do filho do prefeito –, o povo é induzido a atribuir o azar à troca do nome da cidade, levando Zico Rosado a se aproveitar da fé popular para tentar fazer com que Saramandaia volte a ser Bole-Bole. Mas o novo nome é mantido.

Resumo de Todos os Capítulos da Novela Saramandaia (1976)

** Resumo não divulgado.
* Para saber mais sobre os capítulos clique em: Saramandaia (2013) Resumo

Ambientada na zona canavieira de Pernambuco,1 3 a história se situa no fictício município de Bole-Bole, o qual passa por um plebiscito para a mudança do nome. O movimento é encabeçado por duas facções: os tradicionalistas, liderados pelo coronel Zico Rosado, que usam argumentos históricos para manter o nome atual, Bole-Bole; e os mudancistas, liderados pelo coronel Tenório Tavares e pelo vereador João Gibão – este último irmão do prefeito Lua Viana -, que alegam vergonha do nome, querendo mudá-lo para Saramandaia.

Mas o que chama a atenção na cidade são as características exóticas de alguns personagens da história: o professor Aristóbulo Camargo, que vira lobisomem nas noites de lua cheia; Marcina, que provoca incêndios onde toca e queimaduras em quem toca; João Gibão, que esconde em sua corcunda um belo par de asas; Encolheu, que prevê o tempo com dores ósseas; Dona Redonda, que não consegue parar de comer; Zico Rosado, que põe formigas pelo nariz; Tristão do Sal, que solta fogo pela a boca; dentre outros.

O folhetim ficou conhecido pelo realismo fantástico. No último capítulo, a emblemática cena do voo do protagonista João Gibão, encurralado pelos jagunços de seu rival, Carlito Prata.

Em sua autobiografia, Apenas um Subversivo (Bertrand Brasil, 1988), Dias Gomes declara que Saramandaia foi a novela que mais lhe deu prazer de escrever, embora não esteja entre as mais bem produzidas porque “exigia muitos efeitos especiais, uma tecnologia que a televisão só viria a dominar alguns anos mais tarde”.

O ator Pedro Paulo Rangel, que pela primeira vez interpretou um galã, aprendeu a andar de moto para viver seu personagem, Dirceu. No primeiro dia de gravação, caiu e quebrou a perna. A direção recorreu a um dublê, e Pedro Paulo passou a fazer suas cenas encostado, já que não podia se sentar.

Dias Gomes incluiu no enredo de Saramandaia personagens criados inicialmente para a novela Roque Santeiro, que havia sido censurada em 1975.

Tarcísio Meira e Francisco Cuoco fizeram participações especiais na trama, respectivamente como D. Pedro I e Tiradentes.

A novela marcou a estreia de Antonio Fagundes na TV Globo.

A Hofer S.A. lançou, na época da novela, a cachaça Saramandaia, consumida pelos personagens.

Para interpretar o professor Aristóbulo Camargo, que virava lobisomem, Ary Fontoura se inspirou na lenda do boitatá, a partir de um episódio ocorrido com um empregado de sua avó.

A cidade da novela tem uma cadeia atípica. Confortável, possui quadros nas paredes e vasos com flores. As celas ficam com as portas abertas, mas nunca houve um caso de fuga. Os presos são muito bem tratados e bebem até cerveja.

Dias Gomes demonstrou cuidado para que a novela não virasse um melodrama. Ele deixa isso claro em nota no capítulo 58, referente a cenas em que Zélia (Yoná Magalhães) tenta convencer Lua (Antonio Fagundes) a autorizar que o filho seja submetido a uma transfusão de sangue. A nota do autor Dias Gomes dizia: “Em toda esta sequência existem cenas que podem facilmente descambar para o melodrama. Peço, por isso, a maior contenção”.

O autor deixou uma mensagem carinhosa para a equipe ao colocar o ponto final no último capítulo da novela: “Diretores, produtores, técnicos, atores e a todos que participaram desta produção. Quando lerem este capítulo, estarei voando, não com as minhas próprias asas, como Gibão, mas com as asas de um DC-10. Mas deixo aqui a minha sincera gratidão e o meu caloroso aplauso pelo brilho e pelo entusiasmo com que atuaram nesta novela. Até breve. Dias Gomes”.

Um incêndio no prédio da TV Globo, na rua Von Martius, no Jardim Botânico, quase inviabilizou a exibição da novela. Alguns cenários foram queimados e, por pouco, as fitas com o material gravado não foram consumidas pelo fogo, junto com fitas de outros programas. Com o incidente, Saramandaia passou a ser gravada em um dos estúdios da TV Educativa. Saramandaia passou a ser editada, respectivamente, em São Paulo e Porto Alegre, indo ao ar com imagens geradas em São Paulo. Os programas do Jornalismo também foram editados em São Paulo, e gerados de lá.

João Gibão e Marcina
João Gibão (Juca de Oliveira) e Marcina (Sônia Braga) são apaixonados, mas ele se esquiva dela para não revelar que tem asas, levando-a a acreditar que não é amada. A moça também tem suas esquisitices: volta e meia é acometida por uma febre muito alta que a deixa com o corpo em brasa, não raro provocando queimaduras em quem a toca. Até seu lençol carrega a marca do calor. Dr. Rochinha (José Augusto Branco) receita-lhe casamento como cura. Diante da frieza de João, que evita uma maior aproximação para que ela não descubra suas asas, Marcina passa a provocar-lhe ciúmes. Os dois terminam o namoro, e ela se aproxima do delegado Petronilho (Carlos Gregório). Seus pais logo querem vê-la casada com o rapaz que, no entanto, não está disposto a romper seu voto de castidade. Não suportando ficar distante de sua amada, João a pede em casamento, e o pai da noiva, Seu Cazuza (Rafael de Carvalho), embora um “tradicionalista”, acaba aceitando. É somente na lua de mel que Marcina descobre o segredo de João, e acaba revelando a descoberta para sua mãe, Maria Aparadeira (Eloísa Mafalda).

Durante uma discussão com o genro, que questiona a veracidade do suposto milagre ocorrido com a imagem de Santo Onofre, a beata Maria Aparadeira espalha para toda a cidade que João tem asas. Logo Saramandaia é invadida por jornalistas e cientistas, e o comércio lucra com a história. João Gibão vira alvo da curiosidade mundial e é chamado para depor, num interrogatório comandado por Homão (Carlos Eduardo Dolabella), falso agente do governo, que o intima a colaborar com a apuração da verdade. Uma clara referência de Dias Gomes aos métodos aplicados na ditadura e à repressão imposta pelo governo militar. “O senhor sabia que ter asas era muito perigoso. Porque não é normal. Não é comum, não está dentro das normas, foge ao padrão estabelecido. Um homem, como nós entendemos que deve ser um homem respeitável, um exemplo de cidadão, não tem asas”.

Cansado de tanta perturbação, João se esconde em sua loja. Carlito (Milton Moraes) arma uma emboscada e invade o local com seus capangas. Firmino (Alciro Cunha) atira em João e, em defesa, o vereador também atira, acertando Carlito, que fica gravemente ferido. Dr. Rochinha (José Augusto Branco) salva sua vida. João é preso, para desespero de Marcina, que está grávida. Em seguida, tem seu mandato na Câmara cassado. Os vereadores argumentam que nem o regimento interno nem a lei eleitoral preveem um vereador com asas, e que isso pode ser coisa do demônio. Os acontecimentos favorecem Zico Rosado (Castro Gonzaga), que chega a encabeçar uma passeata contra João e a tentar trocar novamente o nome da cidade para Bole-Bole.

Com a ajuda de Marcina, Leocádia (Lídia Costa) e Zélia (Yoná Magalhães), João Gibão consegue fugir da delegacia e esconder-se em um local afastado. Ele e Marcina planejam deixar a cidade, mas Carlito descobre o esconderijo e manda os jagunços armarem um cerco contra o ex-vereador. João, que há tempos não aparava mais as asas, decide voar. Começa a chover em Saramandaia, após meses de estiagem. O voo de João Gibão no final da história foi a forma encontrada pelo autor para falar de liberdade em meio à repressão do regime militar brasileiro.

Romeu e Julieta
Os jovens Dirceu (Pedro Paulo Rangel) e Dulce (Teresa Cristina Arnaud) se apaixonam, mas pertencem a famílias rivais e, portanto, são impedidos de viver o seu amor. Ele é filho do coronel Tenório Tavares (Sebastião Vasconcelos), ela é neta do coronel Zico Rosado (Castro Gonzaga), dois inimigos mortais. Um acusa o outro de ter matado membros de suas famílias. Zico Rosado alardeia que Tenório Tavares foi o mandante da morte de seu filho Zé Mário, mas o coronel afirma que foram os próprios jagunços de Rosado que, por acidente, mataram o rapaz: a ordem era matar Risoleta (Dina Sfat), namorada dele. Apesar da discórdia familiar, Dirceu e Dulce decidem ficar juntos. A menina ignora que é filha de Risoleta e de Zé Mário, e que foi tirada de sua mãe ainda pequena, para viver com os avós. Zico Rosado chegou a dar dinheiro a Risoleta para que ela fosse embora. Quando esta retorna e decide permanecer na cidade, o coronel ameaça fechar sua pensão. Mas ela também o ameaça, com a informação de que foram seus capangas que mataram Zé Mário.

Dulce e Dirceu tentam fugir juntos, mas o plano é descoberto, e Zico Rosado manda darem uma surra no rapaz, o que acirra a briga entre as duas famílias. Perto do fim da trama, no entanto, o casal consegue fugir. Com medo de que se repita com a filha a tragédia ocorrida com ela e Zé Mário no passado, Risoleta revela à família de Rosado a verdade sobre a morte do pai de Dulce. Dirceu e Dulce voltam à cidade para o velório do avô dela, e a jovem reconhece Risoleta como sua mãe.

Um filho com asas
Após quase 15 anos de namoro, Lua Vianna (Antonio Fagundes) – irmão de João Gibão (Juca de Oliveira) – e Zélia Tavares (Yoná Magalhães) marcam o casamento, pois a noiva está grávida. O casal tem um filho, que nasce com asas. Sem ter como esconder a verdade, o prefeito diz que o filho é um anjo. O fato inusitado atrai a atenção da população e de todo o Brasil, e uma equipe de reportagem da TV Globo chega à cidade para fazer uma matéria sobre o menino, exibida no Jornal Nacional: “Saramandaia, uma pequena cidade nordestina, que até há pouco tempo se chamava Bole-Bole, é hoje alvo da curiosidade do mundo inteiro. E isto porque, nessa cidade, a esposa do prefeito acaba de dar à luz uma criança com asas. O fato está agitando os meios científicos que buscaram uma explicação para o estranho fenônemo.”

Lua e Zélia procuram especialistas para examinar o bebê, mas ninguém chega a uma conclusão. Ambos desconhecem que João Gibão (Juca de Oliveira) também nasceu com asas e que, portanto, as asinhas da criança são fruto de uma herança genética. Dias Gomes também utiliza a subtrama para discutir os preceitos religiosos que atentam contra a vida. No desenrolar da história, o menino, muito doente por conta de uma grave icterícia, precisa ser submetido a uma transfusão de sangue, mas acaba morrendo por conta da crença do pai: seguindo as regras de sua religião, Lua não aceita a transfusão. O casal decide tratar a criança com banho e chá de picão, como a própria mãe de Lua tratou dele e de João, que apresentaram a mesma doença quando nasceram. Mas o tratamento não dá resultado, e Zélia tenta desesperadamente convencer o marido a mudar de ideia, em vão. Quando Lua dá a autorização para o procedimento, já é tarde demais. O prefeito viaja com o filho e Dr. Rochinha (José Augusto Branco) para Recife, a transfusão é feita, mas a criança não resiste. O menino é batizado com o nome de Gabriel antes de morrer, uma alusão ao anjo. Desconsolada, Zélia deixa o marido, que é visto como culpado aos olhos do povo. Tempos depois, ela o perdoa e os dois reatam.

Risoleta e o lobisomem
O romance de Risoleta com Aristóbulo Camargo (Ary Fontoura) é um dos chamarizes da novela. Em vez de sentir medo do professor, que todos desconfiam virar lobisomem, a dona da pensão se sente atraída por ele e não descansa até descobrir a verdade. Por várias vezes, em noites de lua cheia, tenta segurá-lo em sua pensão até depois da meia-noite, mas o professor sempre dá um jeito de escapulir. Até que a própria Dona Pupu (Elza Gomes), mãe dele, revela tudo. Risoleta tanto faz que conquista Aristóbulo. Nos capítulos finais, ele passa uma noite de lua cheia com ela e, no dia seguinte, dorme profundamente. O professor não dormia há quase dez anos.

Seu Encolheu e Dona Redonda
Dona Redonda (Wilza Carla) e Seu Encolheu (Wellington Botelho) formam um dos casais exóticos da cidade. Ele prevê o tempo com uma simples dor nos ossos, ela não para de comer. Engorda tanto que, um dia, literalmente explode. Tempos depois de sua explosão, nasce uma rosa vermelha no buraco aberto na praça central. A flor, que chega a ficar do tamanho de um guarda-chuva, exala um cheiro forte e nauseabundo – segundo o povo, a gordura de Dona Redonda serve como fertilizante –, fazendo com que os moradores queiram destruí-la. O povo não aguenta mais o odor, que obriga os comerciantes próximos a fecharem as portas e acabou com a feira livre que existia no local.

O único a não querer se desfazer da flor é Seu Encolheu, saudoso de sua esposa. Para evitar que ela seja arrancada, ele passa a fazer vigília na praça, armado. A flor, no entanto, é destruída no momento em que, convencido por Padre Romeu (Francisco Dantas) a ir a seu encontro na igreja, Seu Encolheu a deixa sob os cuidados do prefeito Lua (Antonio Fagundes). Ele não percebe a aproximação de um grupo de feirantes e vaqueiros, que dá fim à planta. Tempos depois, Dona Bitela (Wilza Carla), irmã de Dona Redonda, chega à cidade, e começa a engordar muito. Seu Encolheu se apaixona pela cunhada e os dois marcam casamento.

Dalva, Carlito e Dr. Rochinha
A filha de Zico Rosado (Castro Gonzaga) desistiu de se casar com o Dr. Rochinha (José Augusto Branco), uma semana antes do casamento, para ir atrás de Carlito Prata (Milton Moraes), na época um homem casado. Dalva acreditava que ele largaria a mulher para ficar com ela, o que não aconteceu. Ausente da cidade por quase seis anos, ela retorna à casa dos pais e passa a se encontrar às escondidas com Carlito, agora um homem desquitado. A moça não resiste à forte atração que sente por ele, mas titubeia quando é pedida em casamento, receosa de sofrer novamente.

O autor aproveitou a trama para discutir o desquite. Dalva e Carlito vão à igreja para marcar a data do casório, mas o padre diz que não será simples, porque o noivo é desquitado. Para se casar com Dalva, Carlito tem de provar que nunca casou na igreja, providenciar muitas certidões e contar com o testemunho da ex-mulher, Emília (Maria Helena Velasco), além de aguardar uma autorização do Cardeal.

Quando já está tudo certo para a realização do casamento, Carlito tenta adiar o enlace: ele está tentando seduzir Zélia (Yoná Magalhães) – a essa altura separada de Lua (Antonio Fagundes) – e, assim, aproximar-se do coronel Tenório (Sebastião Vasconcelos). Ao descobrir suas intenções, Dalva revela a todos que foi ele quem fabricou o falso milagre que vinha atraindo tantos turistas à cidade. Antes do plebiscito para a troca do nome de Bole-Bole para Saramandaia, com o intuito de impedir a aprovação da mudança, ele fez com que a imagem de Santo Onofre vertesse sangue humano pelos olhos, e usou um walkie-talkie para simular uma voz do além.

Próximo ao fim da novela, Dalva e Carlito se casam e terminam juntos. Dr. Rochinha chega a se envolver com Dora (Natália do Vale), uma das garçonetes da pensão de Risoleta (Dina Sfat). A moça passa a cuidar dele, mas o médico deixa Saramandaia para trabalhar em Recife.

O ataque das formigas
A situação do coronel Zico Rosado (Castro Gonzaga) é cada vez mais assustadora: ele não para de botar formigas pelo nariz. Um engenheiro é chamado para avaliar o estado de sua casa, cujas paredes estão cheias de rachaduras, e confirma que a construção corre o risco de desabar, pois as formigas cavaram túneis no assoalho, abalando os alicerces. Carlito (Milton Moraes), Dalva (Ana Maria Nascimento) e Santinha (Ana Ariel) decidem deixar a casa, mas Rosado não quer abandoná-la, já que é uma herança de família. No final da novela, a casa desaba e o coronel é engolido por um enorme buraco, desaparecendo nos escombros.

Lendas e questões sociais
Saramandaia trata de assuntos como direitos trabalhistas e abuso de poder. Ao longo da trama, o vereador João Gibão (Juca de Oliveira) denuncia a falta de assistência médica e social para os trabalhadores da usina de Zico Rosado (Castro Gonzaga). O tema controle da natalidade também é abordado na novela, por meio do Maestro Cursino (Brandão Filho), que tem seis filhas e receia que sua mulher engravide novamente e dê à luz um menino. Segundo a lenda local, um filho homem, depois de uma série de seis filhas, vira lobisomem. Foi o que aconteceu com o professor Aristóbulo Camargo (Ary Fontoura): antes dele, Dona Pupu (Elza Gomes) teve seis meninas. Seu Cazuza (Rafael de Carvalho), o farmacêutico, receita pílulas anticoncepcionais para a esposa do maestro, mas ela se recusa a tomá-las, alegando ser contra sua religião. Padre Romeu (Francisco Dantas) apoia a mulher, dizendo que ninguém tem o direito de evitar o nascimento de uma criança. Por fim, Dona Fifi engravida de novo, e tudo indica que será um menino.

Homão e Perivaldo
Homão (Carlos Eduardo Dolabella) e Perivaldo (Augusto Olímpio) chegam a Saramandaia agindo como agentes do governo, mas não passam de golpistas, procurados pela polícia do Rio de Janeiro. Eles passam a investigar a vida de todos e dizem que preparam um relatório com as informações. Por debaixo dos panos, subornam os envolvidos em troca de dinheiro. Após ter a farsa descoberta, a dupla consegue fugir da cidade.

Elenco
Alciro Cunha – Firmino
Ana Ariel – Dona Santinha
Ana Maria Magalhães – Dalva
Antonio Fagundes – Lua Viana
Apolo Correia – preso
Ary Fontoura – Aristóbulo Camargo
Augusto Olímpio – Hominho
Auricéia de Araújo – beata Miúda
Brandão Filho – maestro Cursino
Carlos Eduardo Dolabella – Homão
Carlos Gregório – Delegado Petronílio
Castro Gonzaga – Zico Rosado
Catulo de Paula – Zebedeu
Chica Xavier – Das Dores
Darcy de Souza
Dina Sfat – Risoleta
Eloísa Mafalda – Maria Aparadeira
Elza Gomes – Eponina Camargo
Francisco Cuoco – Tiradentes (participação especial)
Francisco Dantas – padre Romeu
Germano Filho
Ivan Setta – Filomeno
Jorge Gomes – Nato
José Augusto Branco – Rochinha
Juca de Oliveira – João Gibão
Juju Pimenta
Labanca – Seu Leitão
Lajar Muzuris – maestro Totó
Lídia Costa – Leocádia
Maria Helena Velasco – Emília
Maria Rita – Rosalice
Maria Veloso
Marília Barbosa – Bia
Milton Gonçalves
Milton Moraes – Carlito Prata
Natália do Vale – Dora
Pedro Paulo Rangel – Dirceu
Rafael de Carvalho – Cazuza Moreira
Reinaldo Gonzaga – Epaminondas
Sebastião Vasconcelos – Tenório Tavares
Sônia Braga – Marcina Moreira
Tarcísio Meira – D. Pedro I (participação especial)
Tereza Cristina Arnaud – Dulce
Vanda Costa – dona Fifi
Wellington Botelho – Encolheu
Yoná Magalhães – Zélia Tavares
Wilza Carla – Dona Redonda

Elenco / Personagens

JOÃO GIBÃO (Juca de Oliveira) Nascido João Evangelista, é filho de Dona Leocádia (Lídia Costa) e irmão de Lua Vianna (Antonio Fagundes). Seu apelido vem do hábito de se cobrir com um gibão para esconder um pequeno defeito nas costas. Como quem carrega o peso do mundo, é um homem arredio, reservado, retraído. De inteligência e sensibilidade agudas, possui dotes paranormais, como a premonição. Isso o angustia, pois não pode influir para modificar o rumo da vida. É vereador e autor do projeto para a troca do nome da cidade. Saramandaia foi um nome sugerido a Gibão num sonho. Afora a atividade política, dedica-se a cuidar de pássaros tem uma loja de aves e ao amor de Marcina (Sônia Braga), que namora há vários anos, sem nunca se decidir a casar. Mais tarde, descobre-se que o colete de couro encobre um par de asas.

LUA VIANNA (Antonio Fagundes) Filho de Dona Leocádia (Lídia Costa), irmão de João Gibão (Juca de Oliveira). O apelido surgiu do nome Luiz. Ao contrário do irmão, é um homem bem-humorado, figura popular e benquista na cidade, onde é o atual prefeito, eleito acima das disputas partidárias e das lutas entre famílias. De forte personalidade, procura se manter independente politicamente, embora seja noivo de Zélia (Yoná Magalhães), filha do coronel Tenório Tavares (Sebastião Vasconcelos), um dos líderes mudancistas. Seu lema é administrar sem partidos e, por isso, está sempre bem com todos.

ZÉLIA TAVARES (Yoná Magalhães) Filha do coronel Tenório (Sebastião Vasconcelos), irmã de Dirceu (Pedro Paulo Rangel) e Nato (Jorge Gomes). Tem nas veias o sangue quente dos Tavares. Formada em veterinária por vontade paterna, aplica seu curso no cuidado dos animais da fazenda Tavares. É descontraída, impetuosa, e somente Lua Vianna (Antonio Fagundes), seu noivo, consegue acalmá-la. Seu comportamento agride um pouco os costumes da cidade, mas Tenório tem loucura pela filha e, mesmo discordando de suas decisões, acaba lhe fazendo as vontades. De personalidade forte, é uma das líderes na campanha pela troca do nome de Bole-Bole, atividade que exerce com idealismo e paixão.

DONA LEOCÁDIA (Lídia Costa) Mulher simples, mãe de João Gibão (Juca de Oliveira) e Lua Vianna (Antonio Fagundes). Dedicada aos filhos, principalmente a Gibão, que a preocupa. Viúva, conformada com a sorte, orienta Gibão a seguir esse princípio. É a única que sabe que João nasceu com asas e o ajuda a manter segredo.

ARISTÓBULO CAMARGO (Ary Fontoura) Professor de Português do Ginásio, presidente do Centro Cívico Bolebolense. Coletor de impostos e orador oficial de todos os comícios em prol da manutenção do nome da cidade, bem como das solenidades cívicas. Sofre de insônia crônica, não dormindo há quase dez anos, o que o faz perambular à noite na cidade, à cata de um velório ou qualquer passatempo. É o primeiro filho nascido após uma série de seis irmãs, e sua palidez é mortal. É nisso que se alimenta a lenda de que ele se transforma em lobisomem nas noites de quinta para sexta-feira. Filho de Dona Pupu (Elza Gomes).

EPONINA CAMARGO, DONA PUPU (Elza Gomes) Mãe do professor Aristóbulo (Ary Fontoura), velhinha simpática e afável que guarda em casa a cabeça mumificada do marido morto. Chama o filho de “Neném”. Raramente sai de casa, desde que o marido foi torturado por remanescentes do bando de Corisco. Desde esse dia, teme um novo ataque, mesmo depois que os cangaceiros deixaram de existir. Belisário, pai do professor Aristóbulo (Ary Fontoura), era um senhor de engenho, onde Lampião e Corisco foram açoitados. Certa vez, após açoitar o cangaceiro Trovoada, ele decidiu entregá-lo à polícia junto com seu bando. Mas Trovoada fugiu e, para se vingar, cortou sua cabeça.

CORONEL ZICO ROSADO (Castro Gonzaga) Descendente dos fundadores da cidade, fato de que muito se orgulha. Por isso, à parte outras razões, vê a tentativa de mudar o nome de Bole-Bole como um desrespeito a seus antepassados. Dono da maior usina de açúcar da região, tem ainda a mentalidade dos antigos senhores de engenho, exigindo submissão e respeito às suas vontades, como se fossem leis. Como herança de família, mantém uma rixa com os Tavares, o que, em passado recente, significou mortes de ambos os lados. Sofre de um formigamento nasal e, para aliviar a coceira, carrega um lenço vermelho no pescoço e o esfrega permanentemente no nariz. As formigas que saem das suas narinas, talvez, sejam consequência dos anos de contato com o açúcar. Quando Zico Rosado se enerva elas se assanham, aumentando a coceira. Casado com Dona Santinha (Ana Ariel), é pai de Dalva (Ana Maria Magalhães) e avô de Dulce (Tereza Cristina Arnaud).

DONA SANTINHA (Ana Ariel) Esposa de Zico Rosado (Castro Gonzaga), mãe de Dalva (Ana Maria Magalhães) e avó de Dulce (Tereza Cristina Arnaud). Tem a postura de uma dama de engenho. Mas é mais humana que o marido, especialmente em relação à filha. Incapaz de desobedecer a Zico Rosado, às vezes consegue dobrá-lo com um jeito especial e muita paciência.

DALVA (Ana Maria Magalhães)– Filha de Dona Santinha (Ana Ariel) e do coronel Zico Rosado (Castro Gonzaga). Há dez anos, tentou se libertar partindo para o Rio de Janeiro ao encontro de Carlito Prata (Milton Moraes), amor que a fez romper o noivado com o Dr. Rochinha (José Augusto Branco) às vésperas do casamento. Decepcionou-se ao sabê-lo casado e ficou sozinha no Rio, ganhando a vida como podia. Depois de maus momentos, doente e cansada, voltou para sua cidade, sendo recebida com o apoio da mãe e a total indiferença do pai, que considera sua filha morta. Para ele, Dalva é como um fantasma que não merece atenção.

DR. ROCHINHA (José Augusto Branco) Antonio é seu primeiro nome. É o único hóspede fixo da pensão de Risoleta (Dina Sfat). Bebe para espantar a amargura de ter sido abandonado pela noiva, Dalva (Ana Maria Magalhães), às vésperas do casamento, e também por uma frustração profissional. Médico formado na capital, sua carreira foi reduzida a uma atividade inútil e limitada. Tem seu consultório na farmácia de Seu Cazuza (Rafael de Carvalho). Vereador, é adepto dos saramandistas.

CARLITO PRATA (Milton Moraes) Homem da mais alta confiança de Zico Rosado (Castro Gonzaga), seu afilhado, melhor amigo, servidor leal e sócio na exploração da cachaça Bole-Bole. Simpático, envolvente, amoral, equilibra a violência do patrão com suas artimanhas. Prefere métodos mais modernos e golpes de astúcia à violência aberta e nem sempre eficaz.

DULCE (Tereza Cristina Arnaud) Neta de Dona Santinha (Ana Ariel) e Zico Rosado (Castro Gonzaga), é filha de José Mário Rosado, assassinado num atentado ao lado da mulher, pouco depois do nascimento de Dulce. Marcada por esse trauma, procura libertar-se do passado e tem uma visão de mundo totalmente oposta a do avô, não alimentado ódio pelos Tavares, a quem responsabilizam pela chacina de seus pais. Mais tarde na trama, descobre-se que ela é filha de Risoleta (Dina Sfat).

TENÓRIO TAVARES (Sebastião Vasconcelos) Um liberal conservador, de mentalidade menos estreita que a de Zico Rosado (Castro Gonzaga). Esforça-se para ser mais progressista talvez por influência dos filhos -, embora a formação de ambos seja basicamente a mesma. Detesta os Rosado tanto quanto é detestado por eles. Viúvo, pai de Dirceu (Pedro Paulo Rangel), Zélia (Yoná Magalhães) e Nato (Jorge Gomes), é um frequentador assíduo da pensão de Risoleta (Dina Sfat), a quem tem como grande amiga e confidente. Homem de vigor, participa ativamente da campanha pela mudança do nome da cidade, que envolve igualmente toda a família Tavares.

DIRCEU (Pedro Paulo Rangel) Filho mais moço de Tenório Tavares (Sebastião Vasconcelos), irmão de Nato (Jorge Gomes) e Zélia (Yoná Magalhães). É o mais inteligente da família e também o mais suscetível. Sua extrema sensibilidade, introspecção e timidez chegam a deixar o pai em dúvida sobre sua masculinidade, uma vez que o rapaz, aos 21 anos, ainda é virgem, passando os dias trancado no quarto, tendo como companhia revistas que mantém escondidas da curiosidade alheia. Apaixona-se por Dulce (Teresa Cristina Arnaud), neta de Zico Rosado (Castro Gonzaga), inimigo de seu pai.

NATO TAVARES (Jorge Gomes) Filho de Tenório Tavares (Sebastião Vasconcelos), irmão de Dirceu (Pedro Paulo Rangel) e Zélia (Yoná Magalhães). É um coronel em formação. Inteligência não muito brilhante, não chegou a completar o Ginásio. Gosta da vida do campo, estando envolvido plenamente com as atividades da usina, numa preparação para a futura substituição de seu pai na administração da fazenda. Participa da política local, adepto dos mudancistas. Namora Bia (Marília Barbosa), também mudancista, embora filha de Dona Redonda (Wilza Carla) e Seu Encolheu (Wellington Botelho), conservadores ferrenhos.

VÓ CANDINHA (Maria Veloso) senhora com quase 90 anos, surda e esclerosada. Fala sozinha, resmungando coisas incompreensíveis. É avó de Tenório (Sebastião Vasconcelos).

RISOLETA (Dina Sfat) Dona de uma das únicas hospedarias da cidade, seu estabelecimento é considerado pouco familiar. De vontade forte e audaciosa, não se atemoriza com as campanhas moralizadoras com que a ameaçam, principalmente Zico Rosado (Castro Gonzaga). Tem uma paixão mórbida pelo professor Aristóbulo (Ary Fontoura), ansiando por vê-lo transformado em lobisomem e amá-lo assim. Costuma colocar dentro de um copo com pinga a imagem do padroeiro da cidade, Santo Onofre, chamado de santo pinguento porque bebe todo o conteúdo do copo. É mãe de Dulce (Teresa Cristina Arnaud), que desconhece o parentesco pois foi levada ainda pequena para morar com o avô paterno, Zico Rosado, que deu dinheiro a Risoleta para que ela deixasse a cidade. Coleciona bonecas.

DONA REDONDA (Wilza Carla) Mulher de Seu Encolheu (Wellington Botelho) e mãe de Bia (Marília Barbosa). Engorda sem parar, desconhecendo os perigos da obesidade. A gordura não lhe dá qualquer preocupação, e se acha bastante charmosa. Seu apetite é descomunal, e nada a convence a reprimi-lo.

SEU ENCOLHEU (Wellington Botelho) Secretário do prefeito (Antonio Fagundes), pai de Bia (Marília Barbosa) e marido de Dona Redonda (Wilza Carla). Consegue fazer a previsão do tempo de acordo com a dor que sente nos ossos. Dependendo da costela em que sente dor, sabe dizer até quando e o quanto vai chover. Tem esse “poder” desde que certo boi zebu fraturou todos os seus ossos. É a principal fonte para o boletim meteorológico da cidade.

BIA (Marília Barbosa) Filha de Seu Encolheu (Wellington Botelho) e Dona Redonda (Wilza Carla). Ao contrário dos pais, é uma mudancista militante. Namora Nato Tavares (Jorge Gomes), o que não conta com a aprovação dos pais, pois eles não acreditam nas boas intenções do rapaz.

CAZUZA MOREIRA (Rafael de Carvalho) Pai de Marcina (Sônia Braga) e marido de Maria Aparadeira (Eloísa Mafalda). Dono da farmácia, ponto de reunião da cidade, onde se discute política e todos os acontecimentos do cotidiano. Tradicionalista exaltado, toda vez que se emociona o coração ameaça sair pela boca. Isso não o poupa de uma discussão.

MARIA APARADEIRA (Eloísa Mafalda) Mulher de Seu Cazuza (Rafael de Carvalho) e mãe de Marcina (Sônia Braga). É a parteira da cidade, já tendo auxiliado o nascimento de metade da população. Mulher de ação, muito ligada à igreja e a Padre Romeu (Francisco Dantas), sua religiosidade a coloca numa posição de liderança entre as beatas.

MARCINA MOREIRA (Sônia Braga) Única filha de Seu Cazuza (Rafael de Carvalho) e Maria Aparadeira (Eloísa Mafalda), que choram o desgosto de vê-la noiva de Gibão (Juca de Oliveira) que, além de mudancista, é um esquisitão. Marcina não atenta a nada. Seu mundo se resume a Gibão e à fogueira que a consome e aumenta diante das recusas do noivo. O ardor crescente a faz entrar em violentas crises, quando agride os pais e o mundo em volta. Não entende por que Gibão não a quer, se diz que a ama. Cazuza imagina que a filha está doente da cabeça e Dona Maria Aparadeira garante que só o demônio é capaz de transtornar tanto uma pessoa. E a coisa se agrava porque, além das crises, Marcina ainda se atreve a defender ideias mudancistas.

DORA (Natália do Vale) Garçonete e arrumadeira da pensão de Risoleta (Dina Sfat). Assim como Rosalice (Maria Rita), é do interior e, depois de um mau passo, foi expulsa de casa. Risoleta a amparou como se fosse sua filha. Sonha em conhecer um coronel que lhe garanta o futuro.

ROSALICE (Maria Rita) Com história semelhante a de Dora (Natália do Vale), também foi acolhida como filha por Risoleta (Dona Sfat), trabalhando como garçonete na pensão.

MAESTRO CURSINO DE AZEVEDO (Brandão Filho) Barbeiro e regente da Filarmônica Bolebolense, banda partidária dos tradicionalistas, financiada pelo coronel Zico Rosado (Castro Gonzaga). Marido de Dona Fifi (Vanda Costa), é pai de seis filhas, o que o faz tremer diante da possibilidade de ela engravidar de novo e ter um filho homem. De acordo com a lenda, o filho homem que nascer depois de seis filhas mulheres será lobisomem. Por conta disso, maestro Cursino passa os meses controlando a mulher e lhe implorando para se valer de métodos anticonceptivos.

DONA FIFI (Vanda Costa) Esposa de maestro Cursino (Brandão Filho) e mãe de seis filhas. Seu marido teme que ela engravide de novo e de um menino, pois, segundo a lenda, o filho homem que nascer depois de seis filhas mulheres será lobisomem. Dona Fifi, no entanto, extremamente religiosa, opõe-se ao menor pensamento de evitar os filhos destinados a vir ao mundo. O temor de ter um filho lobisomem é bem menor do que o temor a Deus.

MAESTRO TOTÓ DE ALMEIDA (Lajar Muzuris) Regente da Lira Euterpiana, banda partidária dos mudancistas, apoiada por Tenório Tavares (Sebastião Vasconcelos), e que tem em João Gibão (Juca de Oliveira) um de seus mais preciosos solistas. Seu maior amigo e inimigo é o Maestro Cursino (Brandão Filho), seu sócio na barbearia da cidade, dividida em duas salas: Bole-Bole, onde os fregueses tradicionalistas são atendidos por Cursino, e Saramandaia, onde Totó atende aos mudancistas.

DELEGADO PETRONILHO PEIXOTO (Carlos Gregório) Exemplo de honestidade, incorruptibilidade e eficiência profissional. Elegante, amável e delicado, trata os presos com extrema humanidade, atendendo a todas as reivindicações, deixando, inclusive, a porta da cadeia aberta (e jamais houve uma fuga). De princípios morais rígidos, sua religião não permite que fume, beba, vá a festas e ame. Fez voto de castidade e vive se confessando.

DAS DORES (Chica Xavier) Antiga empregada e fiel servidora da família Rosado.

DONA BITELA (Wilza Carla)– Irmã de Dona Redonda (Wilza Carla), muito parecida com ela: a diferença são os cabelos pretos. Todos a confundem com a falecida.

EMÍLIA (Maria Helena Velasco) Mulher de Carlito Prata (Milton Moraes), vive no Rio de Janeiro, já num processo de separação do casal. Volta a procurar por ele por não se conformar com a pensão estipulada pelo juiz. Recorre ao Tribunal de Justiça para conseguir a metade de tudo o que ele ganha.

PADRE ROMEU (Francisco Dantas) Velho vigário, dono de todos os segredos da cidade. Figura respeitada e simpática. Procura não tomar partido nas lutas políticas e sua cautela se estende aos conceitos religiosos, principalmente em relação à qualificação de milagre.

HOMÃO (Carlos Eduardo Dolabella) Homem misterioso, autoritário e temido, que chega repentinamente na cidade, demandando disciplina. Está sempre de capa e óculos escuros. Ninguém sabe o seu passado. Soturno, chega vindo de não-sei-onde, encontra a cidade em grande confusão e dela toma conta, passando a subornar diversos moradores. É um golpista, procurado pela polícia do Rio de Janeiro.

PERIVALDO (Augusto Olímpio) Assistente de Homão (Carlos Eduardo Dolabella).

FIRMINO (Alciro Cunha) Capataz e homem de confiança de Zico Rosado (Castro Gonzaga). É capaz de matar, se o mandarem, e de morrer para guardar um segredo.

BEATA MIÚDA (Auricéia de Araújo) irmã do Maestro Totó (Lajar Muzuris). Dedica-se de corpo e alma à religião, sendo uma das beatas mais proeminentes da região, o que lhe vale, ao lado de Dona Maria Aparadeira (Eloísa Mafalda), a posição de líder nesse quesito.

MAESTRO RANUKPHO (Zé Preá) amigo de Dr. Rochinha (José Augusto Branco) e do professor Aristóbulo (Ary Fontoura).

MONSENHOR DAGOBERTO (Ziembinski) chega à cidade para investigar a história de João Gibão (Juca de Oliveira).

ZÉ VITORINO (Germano Filho) líder da Câmara dos Vereadores.

Trilha Sonora Nacional e Internacional

Capim Novo
Compositores: Luiz Gonzaga / J. Clementino
Intérperete: Luiz Gonzaga

Sou o Estopim
Compositor: Antonio Barros
Intérperete: Sônia Braga

Malaksuma
Compositores: Geraldo Azevedo
Intérperete: Geraldo Azevedo

Canção da Meia-Noite
Compositores: Zé Flávio
Intérperete: Almôndegas

Pot – Pourri Borboleta / Sabiá
Compositores: Alceu Valença /Luiz Gonzaga / Zé Dantas)
Intérperete: Alceu Valença

Pavão Mysteriozo
Compositores: Ednardo
Intérperete: Ednardo

Chão Pó Poeira
Compositores: Luiz Gonzaga Jr.
Intérperete: Luiz Gonzaga Jr.

Jeca Total
Compositores: Gilberto Gil
Intérperete: Gilberto Gil

Juritis Borboletas
Compositores: Geraldo Azevedo / Carlos Fernando
Intérperete: Geraldo Azevedo

Bole-Bole
Compositores: Walter Queiroz
Intérperete: Walter Queiroz

Caso Você Case
Compositores: Vital Farias
Intérperete: Marília Barbosa

Xamêgo
Compositores: Luiz Gonzaga / M. Lima
Intérperete: Fafá de Belém