O Bem-Amado Resumo | Personagens | Trilha Sonora

Confira o resumo da novela O Bem-Amado desde o primeiro capítulo. Além do resumo você terá informações sobre a história, personagens e trilha sonora. Fique por dentro das novidades das novelas, aqui você encontra o resumo completo de O Bem-Amado e de todas as novelas da Globo.

Sobre a Novela O Bem-Amado

◘ Período de exibição: 22/01/1973 – 03/10/1973
◘ Horário: 22h
◘ Nº de capítulos: 178
◘ Autoria: Dias Gomes
◘ Supervisão: Daniel Filho
◘ Direção: Régis Cardoso

Adaptação de Dias Gomes de sua peça Odorico, O Bem-Amado e Os Mistérios do Amor e da Morte (1962), a novela criticava o Brasil do regime militar, satirizando o cotidiano de uma cidade fictícia no litoral baiano e a figura dos chamados coronéis – políticos e fazendeiros que exerciam autoridade sobre a população local e agiam com força, falta de escrúpulos e demagogia para se perpetuar no poder. Foi a primeira telenovela em cores da televisão brasileira.

O “bem-amado” em questão é o corrupto e demagogo Odorico Paraguaçu (Paulo Gracindo), candidato a prefeito de Sucupira, adorado pela maior parte da população. Como não há um cemitério na cidade, o que obriga os moradores a enterrar seus mortos em municípios vizinhos, o político se elege com o slogan “Vote em um homem sério e ganhe um cemitério”. O problema é que não morre ninguém para que a obra seja inaugurada. O prefeito resolve, então, lançar mão de todo tipo de artifício para não perder o apoio popular, até mesmo consentir a volta à cidade do matador Zeca Diabo (Lima Duarte), com a garantia de que ele não será preso. Há a esperança de que ele mate alguém e lhe arranje um defunto. O prefeito só não imaginava que Zeca Diabo volta a Sucupira disposto a nunca mais matar ninguém, pois quer virar um homem correto.

Odorico tem como aliados as irmãs Cajazeira – Dorotéia (Ida Gomes), Dulcinéia (Dorinha Duval) e Judicéia (Dirce Migliaccio), apaixonadas pelo coronel – e Dirceu Borboleta (Emiliano Queiroz), seu fiel secretário pessoal. Mas o prefeito também sofre com fortes opositores a sua administração corrupta, como a família Medrado, tendo à frente Donana (Zilka Sallaberry) – delegada em exercício na cidade depois que seu marido, o delegado Joca Medrado (Ferreira Leite), ficou paraplégico –; o médico Juarez Leão (Jardel Filho); o jornalista Neco Pedreira (Carlos Eduardo Dolabella); e o dentista Lulu Gouveia (Lutero Luiz).

A urgência em inaugurar o cemitério leva Odorico a lançar mão de vários ardis. Ele decide trazer para Sucupira um primo das irmãs Cajazeira, Ernesto (André Valli), desenganado pelos médicos, com a esperança de que ele morra na cidade. Mas Lulu Gouveia (Lutero Luiz), Donana Medrado e sua neta, Anita (Dilma Lóes), “roubam” o doente e conseguem curá-lo com a ajuda do Dr. Juarez. Para piorar a situação, as aventuras e artimanhas em que Odorico se envolve começam a enfraquecê-lo politicamente, o que torna a inauguração do cemitério ainda mais urgente. É quando Odorico tem a ideia de convidar o matador Zeca Diabo para voltar à cidade. Mas o prefeito acaba ficando irritado, já que Zeca não mata ninguém. Ele deixa escapar com vida até mesmo o trambiqueiro Jairo Portela (Gracindo Jr.), que tentara agarrar à força sua sobrinha, Mariana (Teresa Cristina Arnaud). Odorico contou-lhe o ocorrido, incitando-o a matar o cafajeste, de quem queria livrar-se. Mas Zeca Diabo consegue se conter. Ao perceber que deixou Zeca Diabo retornar a Sucupira em vão, Odorico exige que Donana Medrado prenda o cangaceiro, ainda na esperança de que alguém morra na operação. Joca Medrado pede ajuda da capital, e uma tropa é enviada como reforço, fazendo um cerco à casa de Zeca Diabo. Ele atira para todos os lados, mas quem mata um soldado é seu filho, Eustórgio (João Carlos Barroso). Todos, porém, acreditam que os disparos foram feitos pelo cangaceiro, e ele é preso. O corpo do soldado morto é enviado a Salvador pelo médico Juarez. A imprensa cobre a confusão, e uma reportagem sobre o caso é publicada em um jornal da capital, com uma menção ao fato de que a denúncia partiu de Odorico. Zeca Diabo é preso, mas logo depois foge.

Diante de mais essa tentativa fracassada, o prefeito alimenta o confronto entre os Cajazeiras e os Medrados, de olho em possíveis defuntos. Institui o “Dia do Aperto de Mão”, com a falácia de promover um encontro pacífico entre as duas famílias, mas, por debaixo dos panos, incita o ódio entre os rivais. O barbeiro Demerval (Nanai) morre baleado durante o conflito, mas o político não consegue enterrá-lo na cidade, pois Lulu Gouveia, o coronel Emiliano Medrado (Rafael de Carvalho) e seus jagunços raptam o corpo e o sepultam em uma cidade vizinha. Em outra ocasião, há o início de uma epidemia de tifo em Sucupira, e Odorico tenta impedir a chegada das vacinas: desta vez, ele não pensa na inauguração do cemitério com as possíveis vítimas fatais da doença, mas em criar um posto de vacinação e ficar com os louros por ter salvo a população de uma epidemia. Entre outras arbitrariedades e abusos de poder, Odorico, a certa altura, atenta contra a liberdade de imprensa ao mandar fechar e destruir o jornal da cidade, A Trombeta, de propriedade do jornalista Neco Pedreira. O estopim é a publicação de uma entrevista com o médico Juarez Leão, no qual ele denuncia as ações do prefeito. Em outra ocasião, Odorico baixa uma portaria obrigando os donos de animais quadrúpedes a colocarem fraldas em seus bichos.

É um escândalo político, porém, que joga por terra todos os planos do prefeito. Trata-se do “Sucupiragate”, em que Odorico é acusado de espionagem por mandar instalar um microfone no confessionário da igreja para descobrir os segredos de seus inimigos. Com a armação, ele também tem acesso às histórias picantes e tragicômicas dos moradores. O crime, descoberto pelo padre, estampa a primeira página do jornal local, com a manchete: “Espionagem no confessionário”. As gravações se tornam públicas, e a crise é inevitável.

A situação se complica quando Dirceu Borboleta, encarregado das escutas, descobre que o prefeito é o verdadeiro pai de seu filho com Dulcinéia Cajazeira, com quem se casara. Transtornado, Dirceu estrangula a esposa e é preso. O prefeito não consegue sequer aproveitar a situação para inaugurar o cemitério com o enterro de Dulcinéia, pois Judicéia e Dorotéia enviam o corpo da irmã para o jazigo da família em outra cidade.

O escândalo enfraquece Odorico Paraguaçu politicamente, e o povo de Sucupira se insurge contra ele, tendo à frente os membros da oposição liderada por Donana Medrado e Neco Pedreira, que articulam seu impeachment. Desesperado, Odorico conta apenas com a ajuda de Dorotéia e Judicéia que, embora o considerem culpado pela morte da irmã, ficam ao seu lado para que Donana Medrado – de quem são inimigas mortais – não ganhe o jogo político.

Odorico tem a ideia de simular um atentado contra si mesmo, jogando a culpa do crime na oposição e passando de réu à vítima. O prefeito faz uma combinação com Zeca Diabo para que o ex-matador o ajude no plano. Mas Zeca, que havia se alfabetizado com a ajuda de Dorotéia, lê em um jornal da capital, enviado a ele por Lulu Gouveia, que o prefeito fora o responsável pela falsa acusação que o pôs na cadeia, por conta de um assassinato que não cometeu. Sentindo-se traído, Zeca Diabo vai até o gabinete do prefeito e o mata com três tiros. O enterro de Odorico inaugura o cemitério de Sucupira, com direito a discurso de Lulu Gouveia elogiando o morto. Ironicamente, Zeca Diabo realiza o que Odorico tanto queria: providenciar o primeiro defunto para o cemitério. Em seguida, Zeca Diabo despede-se da família e parte novamente de Sucupira.

Resumo de Todos os Capítulos da Novela O Bem-Amado

O prefeito Odorico Paraguaçu, um político corrupto e cheio de artimanhas, tem como meta prioritária em sua administração na cidade fictícia de Sucupira, litoral baiano, a inauguração do cemitério local. De um lado, é bajulado pelo secretário gago, Dirceu Borboleta, profundo conhecedor dos lepidópteros; e conta com o apoio incondicional das irmãs Cajazeiras, suas correligionárias e defensoras fervorosas: Doroteia, Dulcineia e Judiceia.

Doroteia é a mais velha, líder na Câmara de Vereadores da cidade. Dulcineia, a do meio, é seduzida pelo prefeito. E Judiceia é a mais nova – e mais espevitada. São três solteironas avessas a imoralidades – pelo menos em público, já que Odorico sempre aparece de noite para tomar um “licor de jenipapo”…

De outro, tem que lutar com a forte oposição liderada pela delegada de polícia Donana Medrado, que conta com o dentista Lulu Gouveia, inimigo mortal do prefeito e líder da oposição na Câmara – atracando-se constantemente com Doroteia no plenário. E ainda com o jornalista Neco Pedreira, dono do jornal local, A Trombeta. O meio-termo se intensifica com a presença de Nezinho do Jegue, defensor fervoroso de Odorico quando sóbrio, e principal acusador, quando bêbado!

Maquiavelicamente, o prefeito arma tramas para que morra alguém, sendo sempre mal-sucedido. Nem as diversas tentativas de suicídio do farmacêutico Libório, um tiroteio na praça e um crime lhe proporcionam a realização do sonho. Para obter êxito, Odorico traz de volta a Sucupira um filho da terra: Zeca Diabo, um pistoleiro redimido, que recebe a missão de matar alguém para a inauguração do cemitério.

Como se não bastasse, Odorico ainda tem que enfrentar os desaforos de Juarez Leão, médico personalístico da oposição, que se envolve com sua filha Telma e faz um bom trabalho em Sucupira, salvando vidas – para desespero de Odorico.

Ao final, uma irônica surpresa: Zeca Diabo, revoltado, mata Odorico, que, finalmente, inaugura o cemitério!

O Bem Amado, foi gravado em Sepetiba, bairro da cidade do Rio de Janeiro.

Em 1996, no Chile, a história foi adaptada com o título de Sucupira, tendo alcançado grande sucesso.

Em 10 de outubro de 2012 uma versão de 36 horas e meia da novela é lançada em box com 10 dvd´s pela Globo Marcas. Neste Box, Daniel Filho faz uma declaração sobre a produção da obra e revela ao público como surgiu a ideia central de “O BEM AMADO”. Um prefeito capixaba tinha como plataforma eleitoral de sua cidade a construção de um Cemitério.

A convivência nas gravações da novela e, posteriormetne, do seriado, aproximou os atores Paulo Gracindo e Lima Duarte. O intérprete de Zeca Diabo tem boas lembranças daquela fase. Os dois decoravam juntos e até improvisavam.

Paulo Gracindo transformou Odorico Paraguaçu em personagem inesquecível da teledramaturgia brasileira. O próprio ator o considerava seu melhor personagem. Em entrevista a O Globo, em 1993, ele declarou que Odorico fez um sucesso tão grande que os prefeitos de todas as cidades que visitou, durante e depois da novela, queriam tirar fotos ao seu lado. Mas o personagem não era uma unanimidade. Em entrevista a O Globo, em fevereiro de 1973, o então deputado Aluisio Paraguassu, do MDB gaúcho, preocupava-se: “A imagem é nosso capital. Como a novela vem alcançando altos índices de audiência, tenho razões para estar preocupado com a possibilidade de os eleitores me confundirem com o Odorico”.

Segundo o ator Gracindo Júnior, filho de Paulo Gracindo e intérprete do personagem Jairo na novela, seu pai tinha a liberdade de interferir no texto de Dias Gomes, criando muitos cacos, como algumas pérolas do linguajar do prefeito. O ator ressalta, ainda, que Paulo Gracindo era muito bem-humorado.

A repercussão da novela foi tamanha que Odorico ressuscitou no seriado O Bem-Amado, exibido pela TV Globo entre 1980 e 1984.

O Bem-Amado foi a primeira novela da TV Globo a ser exportada, abrindo o mercado estrangeiro para os produtos nacionais. Até então, apenas textos eram comercializados. Em março de 1976, foi ao ar pela TV Monte Carlo, de Montevidéu, o primeiro capítulo de El Bien Amado. Após edição e transcodificação, a fita matriz foi enviada para a CINSA (Cinematográfica Internacional), responsável pela inserção de sonorização, dublagem, ruídos e fundo musical. A edição para a primeira exibição ficou a cargo do diretor Paulo Ubiratan, que realizou todo o trabalho de reedição da novela. Distribuída para a América do Sul, teve seus 178 capítulos originais transformados em 223, porque cada capítulo deveria ter uma duração menor. A novela alcançou outros extremos, tendo sido exportada para 30 países, entre eles os Estados Unidos. Em 1977, toda a América Latina, com exceção da Venezuela, assistia a O Bem-Amado através da Spanish International Network. Em sua trajetória internacional, a novela atingiu o mercado europeu através da venda de direitos de exibição em Portugal.

A peça que deu origem a O Bem-Amado foi escrita por Dias Gomes, em 1962, por encomenda de Flávio Rangel, que dirigia o Teatro Brasileiro de Comédia na época. Baseando-se em uma crônica publicada no Diário Carioca por Nestor de Holanda – candidato à prefeitura de uma pequena localidade no Espírito Santo fora eleito prometendo construir um cemitério –, o autor escreveu a peça apressadamente e ficou insatisfeito com o resultado. A história lhe foi contada pelo próprio Nestor de Holanda, tendo como base o relato do cantor Jorge Goulart.

Odorico, Bem-Amado ou Os Mistérios do Amor e da Morte não foi montada em 1962, quando foi escrita, e só chegou ao público em 1963, publicada pela revista Cláudia (Editora Abril), na edição de Natal. Dias Gomes atendia a uma encomenda da publicação.

Após o golpe militar de 1964, um exemplar da revista Cláudia, com a peça publicada, chegou às mãos de Benjamim Cattan, então diretor e produtor do programa TV de Vanguarda, da TV Tupi de São Paulo. Ele se entusiasmou com o texto e solicitou à Sociedade Brasileira de Autores (SBAT) autorização para gravá-la em versão televisiva, no programa que dirigia. A obra foi ao ar em junho de 1964.
A peça foi encenada pela primeira vez em abril de 1969, pelo Teatro de Amadores de Pernambuco, no Teatro Santa Isabel de Recife (PE), com direção e cenários de Alfredo de Oliveira. Na ocasião, o trabalho ganhou um novo subtítulo: Odorico, Bem Amado ou Uma Obra do Governo. Em 1970, estreou no Rio de Janeiro, em uma montagem de Gianni Rato, com Procópio Ferreira no papel de Odorico Paraguaçu.

Na produção da TV Globo, o autor desenvolveu os personagens da peça e criou novos, como Juarez Leão (Jardel Filho), Donana Medrado (Zilka Sallaberry) e Zelão das Asas (Milton Gonçalves).

A versão definitiva e autorizada da peça foi publicada em livro, em 1975, com o título O Bem Amado, Farsa Sócio Política-Patológica. A obra, em nove quadros, já apresentava as alterações na relação de personagens e na estrutura do enredo que caracterizaram a versão televisiva. É desta última versão a troca do nome do matador contratado por Odorico – de Ordovino para Zeca Diabo –, assim como a adoção do apelido “irmãs Cajazeira” para Dorotéia, Dulcinéia e Judicéia.

Em 1977, a editora Bells, de Porto Alegre, reuniu em um volume a peça teatral que deu origem à novela, já com o título Odorico, O Bem Amado, antecedida de uma curta novela literária escrita pelo autor para servir de base à adaptação para a TV.

O perfil do personagem Odorico Paraguaçu começou a ser traçado a partir da figura do jornalista e deputado Carlos Lacerda, que marcou a biografia de Dias Gomes com perseguições políticas. No livro Odorico Paraguaçu, o Bem-Amado de Dias Gomes: História de um Personagem Larapista e Maquiavelento (título da coleção Aplauso, lançado pela Imprensa Oficial), José Dias destaca um depoimento do autor: “Odorico era um Lacerda exagerado. Mas depois reescrevi a peça e o Lacerda já estava cassado, na oposição, enfim, por baixo, então, não faria mais nenhum sentido aquela sátira que eu fazia dele. Trabalhei o personagem daí no sentido de mais um protótipo de um político demagogo do interior. Ele cresceu e se distanciou do Lacerda: adquiriu uma paisagem mais ampla. Desenvolvi um trabalho mais em cima do seu linguajar, o que lhe rendeu uma fisionomia muito forte.” A partir dessa informação, vê-se a tentativa de Dias Gomes de representar os dois lados da imagem pública de seu “inimigo”: o lado político, na ridícula figura de Odorico; e o lado jornalista, com o personagem Neco Pedreira, (Carlos Eduardo Dolabella) da novela. Além disso, Odorico e Neco Pedreira se digladiavam em torno da relação entre a imprensa e o poder.

Lima Duarte havia sido contratado pela TV Globo em 1972 para dirigir O Bofe, reeditando a parceria vitoriosa com Bráulio Pedroso, com quem trabalhara em Beto Rockfeller (1968), sucesso da TV Tupi. O Bofe não teve o retorno esperado, e o ator já estava no fim do seu contrato com a emissora quando foi escalado para fazer um pequeno papel em O Bem-Amado. O personagem, que tinha importância modesta na peça original de Dias Gomes, acabou crescendo e permaneceu até o final da trama, tornando-se um dos papéis mais marcantes de Lima Duarte na televisão. – Zeca Diabo foi criado 30 anos antes de se tornar personagem de novela. O nome do matador deu título a uma peça escrita por Dias Gomes, em 1943. Encenada no Teatro Dulcina, no Rio de Janeiro, a obra abordava o cangaço e tinha como protagonista Procópio Ferreira.

Na apresentação das cenas dos próximos capítulos da novela, o narrador dizia: “Só fala quem sabe. Não vale promessa. Pague pra ver. A vida é um jogo, um quebra cabeça. O Bem-Amado”.

Uma versão de O Bem-Amado – com 60 capítulos –, reeditada por Paulo Ubiratan, foi ao ar entre janeiro e junho de 1977, também às 22h. A versão foi produzida para substituir a novela Despedida de Casado, de Walter George Durst, proibida pela Censura Federal. Seriam necessários seis meses para a liberação e a gravação de outra novela para o horário. – O Bem-Amado também foi reapresentada em um compacto de uma hora e meia, em março de 1980, como atração do Festival 15 anos. A exibição contou com apresentação de Zilka Sallaberry.

Além da novela e do seriado, exibidos pela Rede Globo, a trama ganhou novas versões: voltou ao teatro, em 2007, e chegou aos cinemasem 2010, com direção de Guel Arraes e Marco Nanini no papel de Odorico Paraguaçu.

O pai do diretor Daniel Filho, Juan Daniel, atuou na novela como Pepito, dono do bar da cidade.

Sandra Bréa, no papel de Telma, filha de Odorico, estreava em telenovelas.
Dias Gomes não se restringiu à realidade brasileira para criar a trama de O Bem-Amado. O escândalo político Watergate, ocorrido nos Estados Unidos no ano anterior à exibição da novela, inspirou o “Sucupiragate”. No caso, Odorico é acusado de espionagem por mandar instalar um microfone no confessionário da igreja, permitindo-lhe descobrir os segredos de seus inimigos.

Dirceu Borboleta protagonizou muitas cenas cômicas na novela e se tornou um marco na carreira de Emiliano Queiroz. O ator conta que foi desenvolvendo os trejeitos do personagem ao longo da novela. Ao notar, por exemplo, que ele mesmo tinha uma tendência a andar com as pernas ligeiramente curvadas para dentro, exagerou o maneirismo e inventou o andar esquisito de Dirceu. Também tirou vantagem da novidade da imagem em cores: descobriu que podia fazer Dirceu ficar vermelho de raiva durante os acessos de fúria se pressionasse a garganta por alguns instantes antes de entrar em cena. Em 1994, o personagem se tornou integrante da Escolinha do Professor Raimundo, humorístico apresentado por Chico Anysio.

As artimanhas de Odorico
Homem sem cultura, mau-caráter e obcecado pelo poder, Odorico Paraguaçu (Paulo Gracindo) não tem uma boa relação com os filhos. Telma (Sandra Bréa) o decepciona ao se apaixonar por um de seus inimigos, o médico Juarez Leão (Jardel Filho), e com Cecéu (João Paulo Adour) ele só vive discutindo. O relacionamento entre pai e filho fica ainda mais complicado quando ambos disputam o amor de Adalgisa (Maria Cláudia). Mas Odorico abre mão da paixão por causa do filho.

O prefeito se considera viúvo. Sua mulher, Rosa Paraguaçu (Geny do Amaral) – que também pertencia à família Cajazeira –, o traía com o pai de Anita Medrado (Dilma Lóes), neta de Donana Medrado (Zilka Sallaberry) e de Joca Medrado (Ferreira Leite), seus inimigos. Ao descobrir a infidelidade, o prefeito expulsa a mulher de casa e manda seus capangas matarem o pai de Anita. Zora Paraguaçu (Ana Ariel), irmã de Odorico, conta para Telma que seu pai deu dinheiro a Rosa para ela sair de casa, mas ele nega. Diz que a mulher foi embora por conta própria e ainda inaugura uma praça em homenagem a ela.

Zeca Diabo
Zeca Diabo nasceu em Sucupira, mas passa anos no cangaço, fugindo da polícia, acusado de várias mortes. Seu primeiro assassinato ocorreu 20 anos antes, quando matou um coronel que desonrou sua irmã caçula, Jaciara (Valéria Amar). O matador é temido por todos, e sua fama lhe rendeu até um cordel, que narra suas ações, apresentando-o como um herói. Dorotéia Cajazeira (Ida Gomes) percebe o lado terno do bandido e se apaixona por ele, oferecendo-se para ensiná-lo a ler. Ele se dedica inteiramente aos estudos, sonhando tornar-se educado e honesto, e também começa a trabalhar como assistente de Lulu Gouveia (Lutero Luiz), o dentista da cidade, com o objetivo de se tornar “doutô cirurgião-dentista”.

As irmãs Cajazeiras
As irmãs Cajazeiras formam um trio divertido de solteironas sexualmente reprimidas, que mal disfarçam a hipocrisia. Em público, são avessas a imoralidades e posam de damas corretas. Na intimidade, compactuam com o assédio e as artimanhas de Odorico (Paulo Gracindo), de quem são fiéis aliadas. Seduzidas por promessas de casamento, mantêm relacionamentos amorosos com o prefeito, sem desconfiarem umas das outras. Dorotéia (Ida Gomes) se apaixona pelo matador Zeca Diabo (Lima Duarte) e o ensina a ler. Dulcinéia (Dorinha Duval) se casa com Dirceu Borboleta (Emiliano Queiroz) para abafar que está grávida de Odorico, e é morta pelo marido depois que ele descobre ter sido enganado. Judicéia (Dirce Migliaccio), a Juju, chega a ficar noiva do primo Ernesto (André Valli), mas fica decepcionada ao descobrir que ele é casado e pai de quatro filhos. O primo vai embora, e Juju fica arrasada por ter sido enganada. Em seguida, ela conquista alguns admiradores, como Nezinho do Jegue (Wilson Aguiar), que escreve cartas de amor anônimas para ela, e Maestro Sabiá (Apolo Correia), que consegue permissão para cortejá-la.

Dirceu Borboleta
Dirceu Borboleta (Emiliano Queiroz) é mais uma das vítimas de Odorico (Paulo Gracindo). O prefeito descobre que Dulcinéia Cajazeira (Dorinha Duval), com quem mantinha um relacionamento, está grávida, e arma uma situação para que ela se case com seu secretário, livrando-se de uma mancha na sua reputação. Tudo é arranjado sem que Dirceu desconfie de nada: Neco Pedreira (Carlos Eduardo Dolabella) recebe uma carta anônima contando que Dulcinéia e Dirceu passaram a noite juntos e publica a notícia em seu jornal, A Trombeta. A situação leva Dirceu a pedir a mão da Cajazeira em casamento. Só depois de casados Dulcinéia descobre que Dirceu fez voto de castidade. Mas, com a ajuda do prefeito, inventa que ele é sonâmbulo e teria feito amor com ela, o que justificaria sua gravidez. Alguns meses depois, ela dá à luz um menino. Dirceu acredita que o filho é seu e, ao descobrir a infidelidade, mata a esposa e é preso.

O médico e a filha do prefeito
Médico recém-chegado a Sucupira, Juarez (Jardel Filho) atende em um consultório no posto médico da cidade, chamado de Posto de Higiene. Ele logo se torna um dos inimigos de Odorico (Paulo Gracindo) por zelar pela boa saúde dos cidadãos e, portanto, ser mais um a atrapalhar a inauguração do cemitério. O prefeito chega a pensar que ele é um espião, a serviço de Moscou, uma sátira do autor às posições radicais dos que culpavam os subversivos e comunistas pelas mazelas nacionais. No caso de Odorico, Juarez representaria as forças ocultas que impediam a inauguração do cemitério. A ponto de, numa conversa com a filha, Telma (Sandra Bréa), ele dizer: “Essas coisas não são fáceis de entender pra quem não navega nos maquiavelismos da beligerância psicológica. É preciso ter um sétimo sentido para entender os diabolismos de que eles lançam mão para minar as estruturas”. Acontece que Telma, a filha do prefeito, é apaixonada por Juarez, que conheceu ainda em Salvador, quando ele era seu vizinho e a socorreu certa vez. Mas o médico não consegue corresponder ao amor da jovem, porque ainda sofre com o falecimento de sua esposa, Lúcia (Analy Alvarez), que morreu na sua frente, durante uma cirurgia. Além disso, Juarez responde a um inquérito por homicídio. Em cenas de flashback, aparece atirando em um homem de jaleco.
Telma chega a namorar o jornalista Neco Pedreira (Carlos Eduardo Dolabella), que usa seu jornal, A Trombeta, para fazer oposição a Odorico. A filha do prefeito, porém, termina a novela com Juarez.

Jairo e Adalgisa
Jairo (Gracindo Jr.) deixa o Rio de Janeiro e chega a Sucupira, acompanhado de sua mulher, Adalgisa (Maria Cláudia), disposto a aplicar golpes na população local. O trambiqueiro se aproxima de Odorico (Paulo Gracindo) e se oferece para administrar a pesca na cidade. Quem mais sofre com suas trapaças são os pescadores. Eles acreditam na honestidade do vigarista e aceitam comprar seus barcos a prazo, mas com o tempo descobrem terem caído em um golpe. Na verdade, o contrato que assinaram não dizia em nenhum momento que o dinheiro se destinaria à compra, mas ao aluguel de barcos. Jairo também abusa de Mariana (Teresa Cristina Arnaud), sobrinha de Zeca Diabo (Lima Duarte), beijando-a à força. Desconfiada do marido, Adalgisa deixa Jairo e, a convite de Odorico, fascinado por sua beleza, vai morar na casa dele. Desgostosa com Jairo, pede o desquite. Ela se aproxima do filho de Odorico, Cecéu (João Paulo Adour), com quem tem um romance. Depois de muitos golpes, Jairo é preso por estelionato.

O filho do prefeito
Cecéu (João Paulo Adour) é um jovem irresponsável e inconsequente que vive discutindo com o pai, Odorico (Paulo Gracindo), mas que tira proveito do fato de ser filho de prefeito. Preso em Salvador, vai parar na delegacia de Sucupira e desafia a autoridade de Donana Medrado (Zilka Sallaberry), vangloriando-se por ser filho do “manda-chuva do lugar”. Ele sai da prisão e volta para a casa do pai, mas continua a arrumar problemas. Junto com o amigo hippie Nadinho (Jorge Botelho), coloca fogo no jornal que cobria Nezinho do Jegue (Wilson Aguiar) enquanto este dormia. O mendigo é salvo por Juarez (Jardel Filho). Cecéu tem um caso com Mariana (Teresa Cristina Arnaud), filha do Mestre Ambrósio (Angelito Mello), e depois se envolve com Adalgisa (Maria Cláudia).

A família Medrado
Há sete anos, Joca Medrado (Ferreira Leite) ficou paraplégico em serviço quando tentava acabar com a guerra entre os Medrados e os Cajazeiras. Sua mulher, Donana (Zilka Sallaberry), assumiu extraoficialmente o cargo, mas o marido continuou à frente das decisões. É Donana quem fica na delegacia, tendo como fiel escudeiro o cabo Ananias (Augusto Olímpio). A delegada interina culpa Hilário Cajazeira (Álvaro Aguiar), tio das irmãs Cajazeira – Judicéia (Dirce Migliaccio), Dulcinéia (Dorinha Duval) e Dorotéia (Ida Gomes) –, pelo estado do marido. Apesar da ocorrência, Joca se orgulha de ter pacificado a cidade. Depois do incidente, os Cajazeiras se mudaram da cidade, mas as três irmãs permaneceram em Sucupira. Joca e Donana apoiaram a candidatura de Lulu Gouveia (Lutero Luiz) porque temiam que, com a eleição de Odorico (Paulo Gracindo), os Cajazeiras voltassem à cidade. Odorico é eleito, mas o delegado não perde o cargo. Ainda assim, ele e Donana continuam fazendo oposição ao político, que julgam ser responsável pela morte do pai de sua neta, Anita (Dilma Lóes). Donana chega a propor, na Câmara dos Vereadores, o impeachment do prefeito, alegando que o dinheiro público foi gasto e “enterrado” na construção de um cemitério. Anita Medrado é uma das grandes vítimas da guerra entre as duas famílias. Noiva do jornalista Neco Pedreira (Carlos Eduardo Dolabella) – depois que este rompe o relacionamento com Telma (Sandra Bréa) –, Anita morre após ser baleada durante uma briga entre os Medrados e os Cajazeiras. A família decide enterrá-la em Salvador, para desgosto do prefeito.

Zelão das Asas
Zelão das Asas (Milton Gonçalves) representa uma metáfora da busca por liberdade política e de expressão em plena ditadura dos anos 1970. A última cena da novela é protagonizada pelo pescador que, finalmente, consegue voar com as asas construídas por ele durante toda a história.

Elenco / Personagens

ODORICO PARAGUAÇU (Paulo Gracindo) – Dono de uma fazenda produtora de azeite de dendê, neto de Firmino Paraguaçu e filho do coronel Eleutério Paraguaçu. Candidata-se a prefeito da cidade de Sucupira e se elege com uma promessa excêntrica: a construção do cemitério da cidade. Apesar de corrupto e demagogo, é adorado pelos eleitores e exerce fascínio sobre as mulheres. É pai de Telma (Sandra Bréa) e Cecéu (João Paulo Adour). Odorico abusava de uma retórica vazia, repleta de palavras pomposas e neologismos malucos para fazer suas promessas. Também gostava de citar filósofos e políticos, como Platão e Rui Barbosa. Ou inventava frases que atribuía a personalidades. O jeito como abreviava conversas e raciocínios, os eufemismos que usava e os peculiares advérbios que despejava em cada frase caíram no gosto popular e entraram para o folclore nacional. Foi o próprio Paulo Gracindo que inventou muitas das expressões que o personagem proferia, sempre em tom de discurso.

ZECA DIABO (Lima Duarte) José Tranquilino da Anunciação é seu nome de batismo. Matador temido pelo povo de Sucupira, ingênuo e sem instrução, mas um homem de impulsos generosos. É temente a Padre Cícero, a quem se refere como “Santo Padim Pade Ciço Romão Batista”. Tem uma relação de subordinação e carinho com a mãe (Auriceia Araújo), a quem chama de Santa Mãezinha. É irmão de Mestre Ambrósio (Angelito Mello) e Jaciara (Valéria Amar), e pai de Eustórgio (João Carlos Barroso). Ama seu cavalo, Aladim.

DIRCEU BORBOLETA (Emiliano Queiroz) Tímido, gago, desastrado, com um modo estranho de andar e um jeito nervoso de retorcer as mãos e mexer os joelhos, alterna ataques de ira com momentos de mansidão. Secretário particular de Odorico (Paulo Gracindo), a quem é fiel e ama como a um pai, embora seja tratado como um capacho. Caça e coleciona borboletas.

DOROTÉIA CAJAZEIRA (Ida Gomes) – Recalcada e geniosa, irmã de Dulcinéia (Dorinha Duval) e Judicéia (Dirce Migliaccio). Chefe do comitê de campanha de Odorico (Paulo Gracindo), além de vereadora e diretora de escola.

DULCINÉIA CAJAZEIRA (Dorinha Duval) Irmã de Dorotéia (Ida Gomes) e Judicéia (Dirce Migliaccio), romântica e submissa.

JUDICÉIA CAJAZEIRA (Dirce Migliaccio) – Irmã caçula de Dorotéia (Ida Gomes) e Dulcinéia (Dorinha Duval).

TELMA (Sandra Bréa) – Filha de Odorico Paraguaçu (Paulo Gracindo) e irmã de Cecéu (João Paulo Adour), apaixonada por Juarez (Jardel Filho).

CECÉU (João Paulo Adour) Filho de Odorico (Paulo Gracindo) e irmão de Telma (Sandra Bréa), playboy irresponsável, inconseqüente e agressivo, que só arruma confusão.

JUAREZ LEÃO (Jardel Filho) Médico do posto de saúde da cidade, um dos inimigos de Odorico (Paulo Gracindo). Mudou-se para Sucupira após a morte prematura da esposa em uma cirurgia. Amargurado, bebe muito e tem raiva da vida. Acusado de ter matado o médico Cinésio Frota.

JAIRO (Gracindo Júnior) Vigarista casado com Adalgisa (Maria Cláudia), aplica golpes na população de Sucupira.

ADALGISA PORTELA (Maria Cláudia) Mulher de Jairo (Gracindo Júnior), jovem, bonita e charmosa. Atrai a atenção de Odorico (Paulo Gracindo).

LULU GOUVEIA (Lutero Luiz) – Dentista de Sucupira, disputa a eleição para prefeito com Odorico (Paulo Gracindo) e perde por 79 votos de diferença, apurados na última urna, embora tenha ficado à frente por um bom tempo durante a apuração, tendo até recebido os parabéns por antecipação. Apesar da derrota, não desiste de combater seu adversário político.

NECO PEDREIRA (Carlos Eduardo Dolabella) Manoel Pedreira é dono do jornal A Trombeta e ferrenho opositor da administração de Odorico (Paulo Gracindo). Vive noticiando as falcatruas do político, a quem se refere como demagogo e esbanjador de dinheiro público. Ironicamente, fica noivo de Telma (Sandra Bréa), a filha do prefeito.

ANITA MEDRADO (Dilma Lóes) – Funcionária do posto dos Correios da cidade, neta de Donana (Zilka Sallaberry) e Joca (Ferreira Leite), irmã de Carlito (D’Artagnan Mello). Teve o pai assassinado a mando de Odorico Paraguaçu (Paulo Gracindo). Envolve-se com Neco Pedreira (Carlos Eduardo Dolabella).

DONANA MEDRADO (Zilka Sallaberry) – Mulher do delegado Joca Medrado (Ferreira Leite) e avó de Anita (Dilma Lóes) e Carlito (D’Artagnan Mello). Assume extraoficialmente a função de delegada de Sucupira depois que o marido fica paraplégico, mas ele continua a responder pelas decisões.

JOCA MEDRADO (Ferreira Leite) – Delegado de Sucupira, marido de Donana (Zilka Sallaberry) e avô de Anita (Dilma Lóes) e Carlito (D’Artagnan Mello). Leva um tiro durante um confronto entre as famílias Medrado e Cajazeira e fica paraplégico.

CARLITO MEDRADO (D’Artagnan Mello) Irmão de Anita (Dilma Lóes), neto de Donana (Zilka Sallaberry) e Joca (Ferreira Leite).

ZELÃO DAS ASAS (Milton Gonçalves) Pescador, casado com Chiquinha do Parto (Ruth de Souza). Desde que escapou com vida de um temporal, tenta cumprir uma promessa feita a Bom Jesus dos Navegantes: voar até as alturas para provar que tem fé. Constrói pares de asas feitas com pano, metal e madeira e faz várias tentativas de alçar voo, sem sucesso.

CHIQUINHA DO PARTO (Ruth de Souza) Mulher do pescador Zelão das Asas (Milton Gonçalves), parteira e enfermeira do posto de Higiene, onde o Dr. Juarez (Jardel Filho) é o único médico.

NEZINHO DO JEGUE (Wilson Aguiar) Mendigo, tem como único amigo o jegue Rodrigues. Quando sóbrio, é defensor de Odorico (Paulo Gracindo). Bêbado, o ataca, gritando: “Morra, coronel Odorico! Esse filho do Cão, ladrão de cavalo, assassino, explorador, desencaminhador descarado!”

VIGÁRIO (Rogério Fróes) Ex-aliado de Odorico (Paulo Gracindo), vira opositor de sua administração corrupta no decorrer da trama, entrando para a lista de inimigos do político. Quando jovem, relacionou-se com Zora (Ana Ariel), irmã do prefeito.

LIBÓRIO (Arnaldo Weiss) Farmacêutico da cidade, vive tentando o suicídio mas nunca têm êxito. A razão do desapego à vida é a aversão que sua mulher, Odete (Isolda Cresta), tem por ele. Os dois vivem brigando e ele chega a bater nela durante uma discussão. Ela sai de casa e volta a pedido do marido, mas parte para viver com um amante. Em uma ocasião, o farmacêutico se embrenhou no mato e se pendurou no alto de uma árvore, mas Odorico (Paulo Gracindo) impediu o suicídio. Em outra passagem, Libório deu um tiro na cabeça e caiu desmaiado, levando todos a crer que estava morto. Chegou a ser colocado no caixão, mas logo se levantou, para espanto geral. As balas eram de festim.

ODETE (Isolda Cresta) – Mulher de Libório (Arnaldo Weiss), tipo vulgar. Não gosta do marido, nem finge qualquer afeição. Sai de casa e só o procura quando precisa de dinheiro.

DONA FLORINDA Mãe de Dirceu Borboleta (Emiliano Queiroz). Tem o rosto sempre aberto num sorriso permanente, refletindo bondade e tranquilidade. Parece viver nas nuvens. Traz sempre um galho de arruda atrás da orelha e os cabelos encaracolados com papelotes.

MESTRE AMBRÓSIO (Angelito Mello) Irmão de Zeca Diabo (Lima Duarte) e Jaciara (Valéria Amar).

JACIARA (Valéria Amar) Irmã caçula de Zeca Diabo (Liam Duarte) e Mestre Ambrósio (Angelito Mello). Foi para lavar sua honra que Zeca cometeu seu primeiro assassinato.

MÃE DE ZECA DIABO (Auriceia Araújo) Mãe de Zeca Diabo (Liam Duarte), de quem gosta de controlar a vida, e de Ambrósio (Angelito Mello) e Jaciara (Valéria Amar). Ela é cega.

EUSTÓRGIO (João Carlos Barroso) – Filho de Zeca Diabo (Lima Duarte) com Penha (Guiomar Gonçalves). Orgulha-se de ser filho de matador e sonha ir para o cangaço.

MARIA DA PENHA (Guiomar Gonçalves) Mãe de Eustórgio (João Carlos Barroso).

MARIANA (Teresa Cristina Arnaud) Filha de Mestre Ambrósio (Angelito Mello), sobrinha de Zeca Diabo (Lima Duarte) e Jaciara (Valéria Amar).

TIÃO MOLEZA (Antônio Carlos Ganzarolli) – Coveiro de Sucupira. Prepara uma cova todo dia. Como não morre ninguém, usa o local como dormitório.

NADINHO (Jorge Botelho) Hippie, contra a sociedade de consumo, melhor amigo de Cecéu (João Paulo Adour). Apaixonado por Telma (Sandra Bréa), envolve-se com Anita (Dilma Lóes).

ROSA PARAGUAÇU (Geny do Amaral) Mulher de Odorico (Paulo Gracindo), mãe de Telma (Sandra Bréa) e Cecéu (João Paulo Adour). Pertencia à família Cajazeira.

ZORA PARAGUAÇU (Ana Ariel) Irmã de Odorico (Paulo Gracindo)

ERNESTO CAJAZEIRA (André Valli) Primo desenganado das irmãs Cajazeira, é levado para Sucupira por Odorico (Paulo Gracindo), de olho em sua morte iminente.

CABO ANANIAS (Augusto Olímpio) Ajudante de Donana Medrado (Zilka Sallaberry) na delegacia.

MAESTRO SABIÁ (Apolo Correia) Maestro da banda de música de Sucupira.

DEMERVAL (Nanai) Barbeiro de Sucupira, morto durante confronto entre as famílias Medrado e Cajazeira.

QUELÉ (Eliezer Motta) – Jagunço de Odorico (Paulo Gracindo).

PEPITO (Juan Daniel) Dono do bar da cidade.

JERUSA (Marta Anderson) Cantora contratada para se apresentar na inauguração da boate do hotel de Sucupira. Envolve-se com Jairo (Gracindo Júnior).

BALBINA (Nair Prestes) Criada de Odorico (Paulo Gracindo).

CORONEL HILÁRIO CAJAZEIRA (Álvaro Águiar) Tio das irmãs Cajazeira, inimigo dos Medrados.

LÚCIA LEÃO (Analy Alvarez) Mulher de Juarez (Jardel Filho). Ela morre durante uma cirurgia.

Trilha Sonora Nacional e Internacional

Nacional:
Paiol de Pólvora
Compositores: Vinicius de Moraes / Toquinho
Intérpretes: Vinicius de Moraes e Toquinho

Patota de Ipanema
Compositores: Toquinho / Vinicius de Moraes
Intérpretes: Maria Creusa

Veja Você
Compositores: Toquinho / Vinicius de Moraes
Intérpretes:Toquinho e Maria Creusa

Cotidiano N° 2
Compositores: Vinicius de Moraes / Toquinho
Intérpretes: Vinicius de Moraes e Toquinho

O Bem-Amado
Compositores:Toquinho / Vinicius de Moraes
Intérpretes:Coral Som Livre

Meu Pai Oxalá
Compositores: Toquinho / Vinicius de Moraes
Intérpretes: Vinicius de Moraes e Toquinho

Se o Amor Quiser Voltar
Compositores: Vinicius de Moraes / Toquinho
Intérprete: Maria Creuza

Um Pouco Mais de Consideração
Compositores: Toquinho / Vinicius de Moraes
Intérpretes: Toquinho

Quem És? (Chi Sei?)
Compositores: Sergio Endrigo/ Vinicius de Moraes / Toquinho
Intérpretes: Nora Ney

Se o Amor Quiser Voltar
Compositores: Vinicius de Moraes / Toquinho
Intérpretes: Orquestra Som Livre

No Colo da Serra
Compositores: Toquinho / Vinicius de Moraes
Intérpretes: Vinicius de Moraes e Toquinho

Internacional:
Also Spreach Zarathustra
Compositor: Richard Strauss
Intérpretes: Eumir Deodato

Fleur de Lune
Compositores: Hardy / Jones / Brown
Intérpretes: Françoise Hardy

Listen
Compositor: Paul Bryan
Intérpretes: Paul Bryan

Masterpiece
Compositores: Norman Whitfield
Intérpretes: The Temptations

I’ve Been Around
Compositores: A. Domino
Intérpretes: Nathan Jones Group

Poor Devil
Compositores:
Intérpretes: Free Sound Orchestra

Dancing in the Moonlight
Compositores: Sherman Kelly
Intérpretes: David Jones

Shine Shine
Compositores:
Intérpretes: David Hill

Harmony
Compositores: Artie Kaplan
Intérpretes: Ben Thomas

Take Time to Love Me
Compositores:
Intérpretes: The John Wagner Coalition

Dancing to Your Music
Compositores: Phillip Mitchell
Intérpretes: Archie Bell

I Could Never Imagine
Compositores:
Intérpretes: Chrystian

Give Me Your Love
Compositor: C. Mayfield
Intérpretes: The Sister Love

Daddy’s Home
Compositores: J. Shephard / W. Miller
Intérpretes: Jermaine Jackson